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'SE CALAREM AS VOZES DOS PROFETAS AS PEDRAS FALARÃO'








segunda-feira, 5 de julho de 2010

Consagra-te ao teu ministério!

“Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério.” 2tm 4,1-5

Sem dúvida é fascinante o quanto São Paulo, esse notável homem de Tarso, ao qual o nosso Papa Bento XVI que para celebrar o seu jubileu de 2000 anos de nascimento, devidamente dedicou um ano para homenageá-lo, chegou a crer acerca da pessoa e obra de Cristo, e de outros assuntos cruciais para a fé cristã. As cartas procedentes de sua pena, preservadas no Novo Testamento, dão eloqüente testemunho da paixão e suas convicções como também do poder de sua lógica no tocante à suas convicções e anúncio efusivo do Cristo por vida e obras.



Por isso a palavra que antecipa o envio de Timóteo é “Conjurar” que denota amplamente a ação de tomar juramento, não um simples juramento, mas um juramento na presença de testemunhas qualificadas, ou veja, como que um mandato ou como conhecemos uma procuração1 , que lhe é concedida para que em nome de Jesus e sua igreja, ele pudesse anunciar ou invocando motivos sagrados e aqui a testemunha é o próprio Deus. Tal juramento conferiria a Timóteo o direito de proclamar como profeta o evangelho de Cristo. Nesse contexto, para nós pregadores, nos caiu como uma luva, que pela imposição das mãos recebemos do próprio Espírito Santo o mandato de sermos profetas pelo múnus profético, proclamar o Cristo em qualquer circunstância.

É certo que Paulo antes de tudo assumiu em si essa verdade, antes mesmo do envio de Timóteo, pois como seu discípulo o vê com uma direção para sua vida, ou ainda, um sentido único na sua história. Se pudéssemos fazer uma analogia a cerca de seu ministério, seria semelhança de um meteoro brilhante, Paulo lampeja repentinamente em cena como um adulto numa crise religiosa, resolvida pela conversão. Desaparece por muitos anos de preparação. Reaparece exercendo seu ministério como missionário, e durante algum tempo podemos acompanhar seus movimentos através do horizonte do primeiro século.

Muitas são as características que forjam o perfil do pregador 2 e Timóteo para o exercício autêntico do seu ministério assumiria de Paulo uma determinação que ultrapassa os limites da razão: a sagacidade de um arautos que desbravaria tudo e a todos para anunciar. São Paulo na exortação alertando-o como deveria ser a sua conduta mediante ao seu chamado, é a forma que ele convoca seu amado discípulo a ter uma atitude convicta do ser missionário e ao mesmo tempo dando-lhe ferramentas para tal, que em quatro dimensões pertinente ao carisma de pregação que o motiva a proclamar aos homens de sua época as obras e a pessoa de Cristo na autoridade de homem de Deus.

O Pregador como homem virtuoso

A primeira dimensão, assim como a virtude da justiça, da fortaleza e da temperança, a prudência compõe o quadro das quatro virtudes humanas, conhecidas e ensinadas pelo Catecismo da Igreja Católica, enquanto são lançados os alicerces fundamentais da doutrina sobre a dignidade da pessoa humana. Nisso entendemos o quando São Paulo vai nas raízes mais profundo e perceber-se o quanto o pregador precisa ser um homem virtuoso. Com as demais, a virtude da prudência será conhecida como a primeira das virtudes cardeais, cuja função essencial determina-lhe o papel de “dobradiça” (CIC 1805), ou seja, sustento e mobilidade do crescimento da pessoa, no que diz respeito à moralidade de suas ações deliberadas e à finalidade do que lhe é proposto como objetivo transcendente de sua missão com pregador.

Nas Sagradas Escrituras, o homem prudente se identifica com uma pessoa inteligente (1Rs 2,9), fortalecida pela sensatez (Sl 2,10;94,8), amadurecida pelo espírito de moderação e discrição (Am 5,13), livre das obscuras armadilhas da arrogância e da prepotência (Pr 12,23) e, objetivamente, perspicaz (Pv 14,8). Outros escritos sapienciais insistirão na semelhança entre prudência e simplicidade (cf. Pr 1,4; 8,5; 14,15; 19,25; Sb 8,10). Esta analogia se conforma às exortações que, posteriormente, serão apresentadas por Jesus: “Sede, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas” (Mt 10, 16).

Em primeira instância São Paulo exige de Timóteo firmeza e aqui eu abro meu coração para lhes falar, sem firmeza dificilmente exerceremos o ministério da pregação. Pois muitas torrentes contrárias se abatem contra nós, torrentes muitas vezes que estão no mesmo mar que estamos e outros afluentes que nos leva para longe do mar quem é Deus tentando desvirtuar a trajetória de nossa missão de evangelizar. É munirmos de toda a graça de Deus, uma delas é a vida de oração de tantas outras é o revestimento que nos fortalece e nos livra de muitas vezes de nós mesmo. Paixões, vícios, inclinações, pela força da nossa vida de oração e nisso a palavra de Deus na vida do pregador ocupa um lugar de primazia, pois a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Cf. Hb 4,1

Com diz um filosofo Frances: ser paciente é “Quem sabe esperar o bem que deseja não toma a decisão de se desesperar se ele não chega; aquele que, pelo contrário, deseja uma coisa com grande impaciência, põe nisso demasiado de si mesmo para que o sucesso seja recompensa suficiente. Há pessoas que querem tão ardente e determinantemente certa coisa, que por medo de perdê-la, não esquecem nada do que é preciso fazer para perdê-la. As coisas mais desejadas não acontecem; ou se acontecem, não é no tempo nem nas circunstâncias em que teriam causado extraordinário prazer.” A inquietude do pregador o leva, diante das realidades, torna urgente e emergencial a evangelização, pois basta por um simples toque ao botão do controle remoto em direção a TV para podemos ver que os tempos são emergenciais, todos os dias almas são vendidas ou compras diante de nós, quanto a isso não podemos nos calar.

No sofrimento somos mais que vitoriosos

E ser paciente no sofrimento, o pregador busca em Deus a consolação, costumo dizer que devemos encontrar a via do Coração de Jesus uma “UTI”, um aprisco, eu diria, para nós que deve ser a “UTP” a Unidade de Tratamento do Pregador. Pois “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.” Rm 8,18 é se abandonar mesmo na imensidão do Amor de Deus. É ser alimentado pelo pulsar da ternura de um coração que conhece o sofrimento com ninguém.

“Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor.” Esp Salvi § 37. Pregadores a nossa eleição começa no coração Deus e se completa no seio de nossas mães. É determinante essa eleição. Com muitas saudade e veneração, lembro das palavras de amado João Paulo II na carta Salvifici doloris – o Sentido Cristão do Sofrimento Humano - § 4. O sofrimento humano suscita compaixão, inspira também respeito e, a seu modo, intimidade.

E intimida é o caráter que o pregador deve em toda sua vida preservar, pois não dá para falar de quem não conhecemos. Sem dúvida por meio de intima relação com o Pai que Jesus conhecia e mais entendia a proposta de Deus para sua vida, seria redundante dizer isso, mas foi essa a experiência que Jesus aplica foi vivida na Trindade. Ser um é precisamente isso, compreender que estou em Deus e por isso Deus está em mim.

O antigo testamento prefigura as mais diversas realidades cristãs, pois foram anunciadas com antecipação e prefiguradas mediante os símbolos e profecias. A consagração é exemplo disso que consiste no ato no qual uma coisa, uma pessoa ou um povo são escolhidos, separados de todo o resto e destinados de modo especial ao culto e ao serviço de Deus – irmão em meio a muitos e você foi escolhido para ser um diferencial para nações estabelecendo, portanto, uma relação particular com Ele, que os diferencia de outros povos ou de outras categorias de pessoas no interior de outros povos. Trata-se do ato mediato o qual eles são tornados “sagrados”, dando lugar conseqüentemente a um “estado” – o estado de consagrados. 3 Estado esse que ao ser posto aparte, como é próprio da consagração, não em lugar de destaque, mas sermos colocas num estado de missão.

“...cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu: a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para exercê-lo com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A ele seja dada a glória e o poder por toda a eternidade!” Pd 4, 10b-11 poderíamos dizer que São Pedro sela bem as dimensões da missão e da consagração ao ministério, pois temos diante de nós uma missão de resgate que somente o exercício do nosso carisma nas diversas situações e espaços o nome de nosso Senhor será glorificado, não tenhamos dúvida que a vitória é certa! A pregação precisa chegar a seu ápice, pois quando Cristo voltar em sua glória será glorificado para toda eternidade mediando às ações evangelizadores que efetivamente proporcionamos. E sem medo de ser mal compreendido o carisma de pregação não pode esperar para ser exercido nos encontros marcados ou promovidos, porém deve ser ativo de forma ousada e ungida pelo ardor missionário.

Pregador homem consagrado à missão

Amados irmãos, à medida que a nossa dedicação aumenta ao anuncio profético da palavra do Senhor Jesus, quando seguimos fielmente e indivisivelmente o projeto de Deus pela unção profética formasse grande santuário nos lugares que estamos. Nosso trabalho, a nossa família, resplandece a graça batismal como que um óleo que vai ungindo o altar dos holocaustos é sobre esse altar é posto a palavra de Deus o próprio Jesus-Palavra, o verbo divino de Deus e todos os seus utensílios em virtude de tua consagração, o altar se tornará uma coisa santíssima (cf. Ex 40,10).

É no altar de nossas vidas que o holocausto definitivo, o cordeiro é oferecido em sacrifício. E quando digo altar é porque é em nós ministério precisa ser o local que é repousado sobre ele a Aquele que se dá em salvação, se oferece como alimento vivo! Pois quando proclamamos é o próprio cristo vivo que e revela em poder e graça, em amor e vida.

Preciso dizer que irmãos sem consagração, o altar de sua vida não será ungido, não será santo e muito menos repousará um Deus amor que se doa, ao contrário o altar de sua vida é profanado. Para os judeus profanar é torna algo em impuro, ou seja, algo que não é santo, logo não há a presença de Deus. Podemos até dizer que as resposta as perguntas: Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? Cf. Rm 10,14 Ficarão sem respostas aguardando a manifestação dos filhos de Deus? Cf. Rm 8,19

Consagrasse é dá-se por completo ao plano de Deus como fez muitos santos e santas de séculos e séculos de evangelização. Fico imaginando e posso dizer que aas vezes me sinto assim: um ao limpar uma casa, passar uma vassoura no chão ela tem uma escolha ou tirar tudo que tem pela frente e limpar o que está oculto aos olhos ou simples mente adiar por alegar o grau de dificuldade que é remover todos móveis da casa, porém as conseqüência deste ato pode render a integridade de sua casa ou anda ela pode dizer eu penso que limpo e finjo que a casa está limpa. Por que estou fazendo essa analogia? Não há meio termo para consagração. Ou sou ou não. Ou sou pertença de Deus ou não sou.

Certa vez, eu ouvia um grande pregador de nossa igreja, um irmão muito amado que dizia e confesso que em um primeiro momento foi um choque ouvir isso, porém confesso que ele tem razão quando disse que a maior prova do amor que Deus teve para com a humanidade foi ter criado o inferno.

E sei que dificilmente você tenha visto com bons olhos isso, mas pensa. O amor não escraviza, não manipula, oferece belas escolhas. Assim é o Amor de Deus por nós. Assim como Ele plantou no Jardim das delicias ou paraíso como conhecemos, a arvore do conhecimento do bem e do mal e que dá à Adão e Eva o direito de escolha, da mesma forma Deus plantou em meio a nós o inverno para que as nossas escolhas sejam sempre o céu. Somos consagrados irmãos não para sermos manipulados por Deus, é fragilidade nossa se dissermos: Que bom, pois só assim faríamos a vontade de Deus! A sua consagração está em cada sim que é dado em meios à lágrimas e suor irmão, em meio lutas diárias para que seu sim seja sim ou diria que sua consagração seja verdadeiramente doação de vida.

Pregador consagrado ao ministério

Eu louvo e glorifica ao nosso Deus nesses últimos tempos por erguer ministro da palavra com disposição de formar outros pregadores. Algo que entristece meu coração são irmão que torna secundária a pregação da palavra nas comunidades e grupos de oração. Engajados em outros ministérios. E o mais interessante quando se pergunta: Sua comunidade tem pregadores? Sim o irmão prega o que coordenada grupo tal. O irmãozinho também prega, mas quando pergunto: mas tem ministério de pregação? AAAHHH esse não temos não!

Como podemos consagrar pregadores sem uma vida ministerial4, digo por uma experiência de ministério? O fato é: não é ter a disposição de está diante de uma assembléia para discursar. Mas ter tratado com zelo, formado se como tal, pastoreado como tal seu carisma. Costumo dizer que quando uma comunidade ou grupo de oração que não há pregadores, não há anúncio profético.

“...cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu: a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para exercê-lo com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A ele seja dada a glória e o poder por toda a eternidade!” Pd 4, 10b-11

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