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'SE CALAREM AS VOZES DOS PROFETAS AS PEDRAS FALARÃO'








sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sede perseverante nas tribulações!

por Comunidade Shalom

O sofrimento é condição necessária para o conhecimento. Que pode dizer de si ou dos outros quem nunca conheceu a dor? Como diz o Salmista: Responde-me, Senhor, porque tua misericórdia é benevolente! (Sl 69(68),17). Jesus é puro amor e misericórdia, porque, não se prevalecendo da sua natureza divina, deixou-se passar pela cruz, sofrendo dores, difamações, humilhações na sua própria carne. Mas nem mesmo a sepultura conseguiu reter Jesus em seus braços. Abriu-se para deixá-lo sair e caminhar pelos corações dos homens. Jesus não veio para suprimir o sofrimento, mas enchê-lo de sua presença. Vinde a mim todos vós fatigados e sobrecarregados e eu vos aliviarei (Mt 11,28). Através da dor e do sofrimento, Ele deseja nos purificar e nos esvaziar de nós mesmos, para que possamos nos encher com seu amor e sua misericórdia.

É preferível à dor da purificação do que a dor da condenação. O Senhor querendo purificar uma alma, utiliza vários instrumentos. As provações mesmo sendo amargas e, às vezes, dolorosas, Deus as permite, sendo importante aceitá-las porque nos levam a maturação e crescimento espiritual. Através do sofrimento nos tornamos mais semelhantes ao Salvador, que passou primeiro pela cruz para, em seguida, ressuscitar. Através da cruz, ressuscitamos para uma vida nova. De algumas almas, Ele exige uma grande pureza, sobretudo quando tem grandes projetos para ela. No Sermão da Montanha Jesus diz: “Bem aventurados os puros de coração porque verão a Deus (Mt 5,8)”. Também nos ensina que a purificação deve começar pelo coração do homem (Mc 7,1-23).

Após uma “noite escura” virá a luz do dia com a aurora da alegria. Essa verdade foi revelada várias vezes por Jesus: Eu vim como a luz do mundo para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas (Jo 12,46). Ficareis tristes, mas vossa tristeza se converterá em alegria (Jo 16,20). Vós estais tristes agora, mas eu vos verei outra vez e vosso coração se alegrará e ninguém poderá tirar-vos a alegria (Jo 16,22). No mundo tereis aflições, mas coragem eu venci o mundo (Jo 16,33).

Diante da cruz sempre se descobre que Deus está presente dando tudo: no Corpo e no Sangue, na vida de seu Filho, despojado, sem nada. Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele (Jo 6,56). Como o Pai me ama assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor (Jo 15,9). O Evangelho é a luz que aponta o caminho que devemos seguir e a Eucaristia é a força que nos permite seguir este caminho. O Evangelho abrasa o nosso coração de fé e a Eucaristia abrasa o nosso coração de amor. O Evangelho transforma o nosso coração, para que Jesus Eucarístico possa habitar neste coração transformado pela Palavra.

Quão estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são os que o encontram (Mt 7,14). A porta de entrada para o Reino do Senhor é a misericórdia, quem não entra por ela não entende nada. Misericórdia é ligar-se com o coração à miséria do próximo: do pecador, do pobre e do excluído. O “próximo” é essa porta pela qual precisamos passar para encontrar e amar a Deus. A mais profunda realização humana brota da alegria de servir. E o primeiro serviço que se deve prestar ao próximo é escutá-lo. Quem não tem condições de ouvir o irmão, acaba não podendo mais ouvir o próprio Deus. A compreensão traz a fortaleza, que alimenta o espírito. Que as nossas mãos que se estendem tantas vezes para receber a Eucaristia estejam sempre estendidas para socorrer os necessitados tanto de bens materiais quanto de apoio espiritual.

Deus não é um ópio que nos atordoa, que nos perturba, que causa desordens em nosso ser. Mas, às vezes, permite que nossa vida seja desordenada para que, após a tempestade, nos dê o seu descanso, a vida plena. A vida torna-se um céu, quando se consegue alegrar-se com as coisas simples de cada dia. E essas verdadeiras alegrias da vida têm raízes profundas em um coração amoroso. Deus não é causa de angústia, mas fonte de eterna paz.

As causas de muitos sofrimentos corporais encontram-se nas profundezas da alma, sem que a pessoa tenha clara consciência disso. Por isso no período de provas, pode haver contínuas recaídas, enquanto a causa de todo o mal não tiver sido removida. Devemos assumir as nossas fraquezas e expô-las ao Senhor para que possa nos curar. Não devemos ter medo ou vergonha de apresentá-las. Quando nos conscientizamos de nossas fragilidades, a força de Cristo habita em nós. Viver a verdade é viver em harmonia consigo mesmo, em harmonia com os outros, com Deus. É viver a unidade do corpo, do pensamento e dos sentimentos. Devemos ser como crianças, que é, por excelência, um espelho de si mesma. Não tem o que ocultar, não tem o que dissimular, não tem porque amenizar as coisas.

A pior prisão é a do coração. As feridas, os traumas do passado e os apegos constituem a algema que prende os seres humanos e não os deixa seguir o caminho da perfeição. Carregamos em nosso coração o peso das situações mal resolvidas; das mágoas, dos rancores que não foram perdoados e isto constitui uma brecha para as trevas penetrarem em áreas do nosso ser e tentarem nos dominar, aproveitando-se da fraqueza humana, procuram escravizar e deprimir progressivamente a pessoa. Contudo, os altos e baixos constantes que nos atormentam, nos levam ao equilíbrio interior e ao auto-domínio. Só o perdão pode encerrar uma determinada situação, tirar dos nossos ombros um grande peso e nos tornar livres. A liberdade é uma riqueza que só valorizamos quando a perdemos. Não há mal que Deus não cure através da oração, e nem mágoa que perdure com um gesto de perdão. Através da fé, esperança, confiança e perseverança se abrem todas as janelas e portas de um coração. Deus é fiel, Ele nunca abandona e jamais trai aqueles que nele esperam e confiam. A esperança não engana, pois o amor de Deus se derramou em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado (Rm 5,5). Quanto mais cresce o sofrimento, mais aumenta a esperança de dias melhores.

Por momentos, sente-se vontade de chorar copiosamente, como se as lágrimas lavassem a alma para a libertação e purificação. Quem confia em Deus pela fé em Jesus Cristo, acredita no amor e acredita no poder das lágrimas. Onde há fé existe amor, onde há amor existe paz, onde há paz ali está Deus e onde Deus está nada falta. Os sofrimentos da vida presente não têm comparação alguma com a glória futura que se manifestará em nós (Rm 8,18).

Nessas circunstâncias, a pessoa fica presa a si mesma sem saber como sair dessa situação. Só quem já passou por grandes tribulações sabe como é pesado e difícil cumprir com nossas obrigações quando a alma se encontra nesse estado de tormentos interiores. Desânimo, estresse e cansaço nos sufocam. As forças físicas diminuem, a mente se obscurece e a pessoa simplesmente passa a descuidar-se de si mesma, de seu físico, de sua aparência, de suas obrigações, de suas atividades, muitos não compreendem essa situação e fazem todo tipo de julgamento, achando que a pessoa é descuidada ou relaxada.

As provas interiores, exteriores tentam nos dominar. Tudo ao nosso redor parece estar de mal a pior e, acabamos nos envolvendo bastante com os problemas que surgem. Situações desagradáveis, sentimentos de perseguições, de desprezo nos circundam, e acabamos ficando presos dando voltas como em círculos em torno de nós mesmos ou de nossos problemas. Não permitamos que as dificuldades ou as “fofoquinhas” arruínem a nossa vida, nos levando ao fundo do poço. Sejamos fortes e saibamos superar os problemas ou os boatos com dignidade.

A vida é curta demais, por isso não devemos fazer dela um campo de batalha contra os nossos irmãos. Com o juízo com que julgardes, sereis também julgados; e com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos (Mt 7,2). A essência do verdadeiro amor está em aceitar os lapsos do outro. A essência de Deus é o Amor e a Vida. Quando falamos mal dos outros estamos alimentando sentimentos de inveja ou ciúmes, que se manifestam em nosso ser de forma consciente ou inconsciente. O ciúme é a arma dos inseguros, dos que ainda não aprenderam verdadeiramente a amar.

A palavra falada é como uma abelha: tem mel e tem ferrão. Que nossas palavras sejam doces como o mel e não ardentes e dolorosas como um ferrão. Que as palavras que saem da nossa boca sejam sempre construtivas. Torna-te modelo para os fiéis no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade (1Tm 4,12). Falar bem dos outros é uma virtude, uma nobreza de caráter. Deve-se elogiar uma pessoa na sua presença apenas parcialmente, mas na sua ausência se deve fazê-lo plenamente.

No mundo de hoje, precisamos mais do que nunca reavaliar a nossa capacidade de amar. Nunca o mundo comportou tanta depressão, tanta angústia, como nos dias atuais. Quando amamos nos encontramos. Tudo é feito para se completar, para estar junto, para conviver. Nada é feito para estar só. Quem pensa somente em si, acaba ficando sozinho, sem amizades. No egoísmo, nos distanciamos do ideal para o qual fomos criados. No coração do homem existe uma profunda sede de amar e ser amado.

Nas turbulências da vida, não se deve caminhar sozinho, pois há muitos outros peregrinos em busca da mesma meta. Caminhar sozinho não é caminhar é desandar. Não se vive bem, não se vive feliz quando nos isolamos e evitamos os relacionamentos. Somos feitos para o encontro. A amizade é uma necessidade do coração humano. O amigo verdadeiro é aquele que ama e compreende o outro, sobretudo, nos momentos de dificuldade. Para vivermos essa experiência, precisamos nos deixar amadurecer mais pelo amor doado do que pelo recebido. Deus, modelo perfeito de amizade, diz em sua Palavra que há mais felicidade em dar do que em receber (At 20,35).

O Senhor repreende e educa aqueles que ama. Está sempre a bater a porta de nosso coração (Ap 3,19-20) e adiamos as coisas de Deus para amanhã, privando-as assim de toda eficácia, porque queremos fazer em primeiro lugar a nossa vontade. Ele na sua infinita misericórdia faz tudo ao seu tempo. Quando essa força superior interfere em nossa vida, quer nos mostrar que esse é o tempo favorável, não dá mais para adiar a nossa conversão, quer o nosso “sim” para que sendo fiel no mínimo possa nos confiar o máximo. Deseja um maior compromisso de nossa parte, talvez querendo curar de infidelidades, tibieza na caminhada espiritual e/ou nos elevar para um plano espiritual superior.

O ser humano não nasce pronto, nasce inacabado. Se investirmos em nosso eu interior, em nossa alma, poderemos ser seres humanos plenos. O sinal de que a nossa experiência de Luz é verdadeira, é quando ela nos permite descobrir nossa sombra. Cada situação de sombra em nosso ser, esconde uma chama divina. Através do sofrimento, Deus quer sempre nos mostrar algo, que ainda precisamos enxergar e, assim, vamos amadurecendo, nos conhecendo melhor e trilhando o caminho da perfeição, da santidade. É sinal de maturidade humana aceitar o desafio do sofrimento.

Quando se sente que o sofrimento ultrapassa as nossas forças humanas, só Deus poderá verdadeiramente nos conformar e nos aquietar. Devemos recorrer a Ele através da oração pessoal ou recebendo orações de outros irmãos, sobretudo, de ministros de cura. Se possível, procuremos permanecer em adoração ao Santíssimo Sacramento durante o tempo que for necessário para que o nosso ser seja pacificado e para nos enchermos com o seu amor.

A oração é a melhor auto-medicação para as nossas angústias e sofrimentos. Sem oração, é fácil escorregar e cair. A oração é a quietude, onde se encontra a luz, o amor e a realização maior. Aprender a orar ou orar melhor, consiste, fundamentalmente, em redescobrir o caminho que leva ao coração. A oração nos eleva a grande dignidade de conversar com o nosso Rei. Cristo é nosso Rei e nós seus súditos. Como súditos lutamos em favor do Rei. A vida de um cristão é uma luta contínua em favor do amor e do bem, a fim de combater as forças do mal e do ódio.

Devemos orar sobretudo por aqueles que nos incomodam ou que não conseguimos perdoá-los verdadeiramente. Também pedir a cura de traumas ou feridas profundas que estão enterrados no nosso coração e que passam a nos atormentar no período de tribulações. Segundo Frei Patrício Sciadini: “Através da oração, Deus vem à nossa procura no nosso esconderijo de pecado e de dor, para reiniciar conosco um diálogo que nós mesmos interrompemos”.

Oração e tribulação são ações quase antagônicas e, portanto, se manifestam de formas diferentes, enquanto a primeira nos conduz a paz, fraternidade e serenidade, a última, nos leva a inquietação, irritação, por vezes, egocentrismo, murmuração e dureza de coração, pois a palavra tribulação vem de tribologia que significa o estudo dos atritos. No entanto, como diz o Santo Padre, o sofrimento adquire um sentido misteriosamente positivo quando é vivido à luz dos planos de Deus. Nessa perspectiva, no livro de Tobias, essa mensagem é clara: “Todo aquele que vos honra tem a certeza de que sua vida, se for provada, será coroada; que depois da tribulação haverá a libertação... Após a tempestade, mandais a bonança; depois das lágrimas, derramais a alegria” (Tb 3,21-22).

O sofrimento prolongado nos causa mais angústia, pelo fato de acharmos que nossas orações não são agradáveis a Deus. Quando recebemos orações e libertações até parece que tudo volta ao normal, contudo, de repente os bombardeios interiores recidivam, às vezes, com maior intensidade. Como diz São Paulo: faz-se não o bem que quer, mas o mal que não quer. Nas tréguas, procura-se reconciliar com Deus e com os irmãos para reparar os estragos causados em nossa alma. Essas recaídas tendem a ocorrer, enquanto a raiz de todo o mal não tiver sido removida.

Em alguns momentos, o desespero quer tomar conta de nosso ser, porque mesmo procurando permanecer com Deus, parece que estamos provocando uma ira ainda maior dEle contra nós. Achamos que Deus não escuta as nossas orações, que estamos sendo rejeitados ou abandonados por Ele. Contudo é exatamente nos momentos mais difíceis, que o Senhor está mais presente em nossa vida, vem nos confortar, pedindo paciência, humildade e mansidão, visto que irá atender as nossas súplicas no tempo certo. Na maioria das vezes, não sabemos esperar as demoras do Senhor.

O Senhor nos pede paciência e perseverança nos períodos turbulentos. Através de Sua Palavra, nos exorta: Endireita o coração e sê constante; não tenhas pressa no momento da adversidade (Eclo 2,2). E Deus não fará justiça aos eleitos que clamam por Ele dia e noite, mesmo quando os fizer esperar? (Lc 18,7). Pela paciência salvareis vossas vidas (Lc 21,19). Não vamos nos intimidar com as adversidades da vida, mas nos comprometer com a transformação do mundo, ser vigilantes na oração, enquanto aguardamos uma vida nova e diferente.

Assim como as provações tendem a surgir gradativamente, as graças também tendem a acontecer paulatinamente nos anos subseqüentes às provações. As pessoas não suportariam muitas tribulações ou muitas graças de uma só vez. Após um período de provações, podemos renascer, sarar de todas as feridas, mesmo as mais profundas. Tomemos consciência de que a paz interior se consegue com o cultivo do amor e da paz nas relações humanas. O pecado já não vos dominará porque agora não estais sob a Lei e sim sob a graça (Rm 6,14). Dessa forma, o céu poderá começar aqui na terra.

Seria inútil ganharmos o mundo com nossas próprias forças se viermos perder a Deus. No entanto, somos privilegiados porque o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19,10). Ele nos ama e é capaz de nos fazer santos. A santidade não é um alvo impossível. Precisamos continuamente suplicar a Luz de Deus: “Espírito Santo, tu és meu consolo, arranca-me das trevas, as trevas que são o pecado, que é o olhar tanto para mim e tão pouco para ti e para meus irmãos. Que eu possa contemplar a tua beleza, a tua pureza, a tua santidade naqueles que são criados à tua imagem e semelhança”.

Renovemos a nossa fé, ergamos nossos braços e agradeçamos ao Criador o Dom da nossa existência, porque nada foi criado em vão, muito menos a nossa vida. Às vezes, Ele nos fere com seu amor, porque caminha conosco em cada degrau de nossa vida e não somente no alto da escada.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

DEPRESSÃO TEM CURA


por FELIPE AQUINO
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".


Depressão significa buraco. O Vaticano fez um congresso sobre esse assunto, porque eles estão preocupados com esse mal. Eu li o resumo do congresso e vi que são 300 milhões de pessoas no mundo que sofrem com esse mal. Precisamos tratar desse povo.

A medicina cuida do corpo e Deus cuida da alma. E a depressão é uma doença mais da alma que do corpo. E quem cuida da alma é o psicólogo e a religião. Essa enfermidade tem cura e a cura tem três caminhos:


- Procure um médico psiquiatra, ele pode dar remédio;

- É preciso um psicólogo para saber como se comportar diante das situações difíceis;

- O tratamento tem de ser físico e espiritual.


Não tenha medo de procurar os três tratamentos. A depressão é muito difícil de ser diagnosticada.

Uma pessoa deprimida pode apresentar: doença crônica, problema afetivo, falta de sentido para a vida, excesso de trabalho. Essas são causas. Mas o que ela sente? Muitos podem ser os sintomas da depressão, como: cansaço, pensamento de culpa, tristeza, autoestima baixa, falta de apetite, falta de vontade de rezar, fadiga, memória fraca, insônia, dificuldade para decidir, pensamento de morte, quedas de cabelo, entre outros.


O importante é saber que esse mal tem cura. Deus nos deu os psicólogos e temos também a família. Esta tem de cercar a pessoa e não deixá-la no buraco. Todos têm de se juntar e se unir.


Não adianta falar que a pessoa é fraca. Não importa por que ela está em depressão, você tem de tirá-la do buraco. Tem de ajuntar pai, mãe, irmãos, namorado, chamá-la para tomar um sol, sair, tomar um sorvete... Tem de tirar a pessoa do buraco com carinho e vagarosamente. É um ato de amor e caridade - e a família é importantíssima.


O deprimido tem de agir contra esse mal, ou seja, reagir, não pode se entregar à tristeza. Ele precisa cultivar a alegria e lutar para sair do buraco em que se encontra.


Como sair da depressão? Você tem de ver o valor que você tem. Só assim não ficará no fundo do poço. Só fica nesse local quem não dá valor a si mesmo. Você acredita que você é obra de Deus? Então, por que você deixa a obra d'Ele no buraco? Quem fica nesse lugar é lixo. E você é uma obra de Deus!


A primeira coisa que um deprimido tem de entender é que ele tem valor, que ele é alguém muito importante para Deus. Quando louvamos ao Senhor, damos voz e sentimentos a este mundo. Por que Jesus morreu na cruz? Por causa dos macacos, das galinhas? Não. Ele entregou a vida na cruz por causa de você, do valor que você tem. E Ele o ama individualmente. Nenhum de nós tem a mesma impressão digital, pois Deus não quis nos fazer em série, mas individualmente. A história do mundo é a história de cada um de nós. Ele sabe o meu nome, a minha angústia, a minha dor.


Quando Cristo morreu na cruz, Ele não carregava somente seus pecados, mas suas angústias e dores. Ele já venceu suas tendências, por isso você não precisa ficar deprimido por causa dos erros, pois Deus é "louco" de amor por você. Só o amor é mais forte que a dor e a morte. Olhe para a cruz e você verá o quanto Deus o ama.


Você quer a prova de que Deus o ama? Jesus disse que Ele pode ter 99 ovelhas, mas se tem uma perdida Ele deixa as 99 para buscar você. Se você é a ovelha deprimida, perdida, Ele larga as outras e vai buscar você.


Diga para sua depressão: "Eu não morrerei nesta depressão, porque sou filho de Deus - e filho de Deus não pode morrer no buraco!"


Não podemos abaixar a cabeça para a depressão. Se você perdeu um namorado e está com essa enfermidade, não olhe para o barulho do mar, olhe para Cristo. Para Deus não existe "beco sem saída". O Todo-poderoso está pronto para mover o céu a fim de que seu milagre possa acontecer, mas Ele não move um palha para fazer aquilo que você pode fazer.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Arregaçando as mangas!!!

por Marcio M. Matos
Coordenador do Ministério de pregação
RCC da Arquidiocese de São Paulo


Nos dias de hoje, nos acostumamos com todas as coisas, existe uma mentalidade conformista e acomodada como se a responsabilidade de tudo que acontece ao nosso redor não tivesse nada haver conosco.
Se algo vai mal em nossa cidade, a culpa é do prefeito, se algo vai mal em nosso país, o presidente é o responsável, mas nos esquecemos de que nós é que votamos neles de forma displicente e descompromissada, sendo assim, como podemos exigir dos outros uma sociedade melhor se não nos comprometemos com ela.
O mesmo acontece com a Igreja, criamos desculpas e inventamos culpas, se a paróquia esta vazia ou com problemas a culpa é do padre, o que não levamos em conta é que se o padre não é tão bom assim é porque não rezamos por ele e nem fazemos nossa parte.
Nós da Renovação Carismática Católica que deveríamos ser o povo movido pelo fogo de Pentecostes, entramos no mesmo conformismo, nos acomodamos e ao invés de dobrarmos os joelhos, orarmos a fim de escutar o Senhor, começamos a criar também desculpas para nossa falta de compromisso.
Muitos grupos hoje estão vazios por ter uma pretensa qualidade mas não se dão conta da incoerência naquilo que dizem, se o grupo tem tanta qualidade assim, deveria estar cheio, pois tudo que é bom atrai, e se temos um povo sedento, havendo uma fonte onde jorra água viva haveria fila.
Afinal onde estão os sinais, prodígios e milagres, as manifestações fortes do Espírito Santo que nos caracterizam como movimento de identidade pentecostal?
Aonde Jesus chegava às multidões acorriam e não me lembro no evangelho que se diga, vinde a mim vós criaturas de qualidade, pelo contrário ele dizia: “Vinde a mim vós todos que estais cansados sob o peso de vosso fardo e vos darei descanso.” Mateus 11,28
O comodismo está matando muitos grupos de oração, a falta de oração, de escuta de Deus está fazendo definhar muitos daqueles que já foram referência na Igreja, e mesmo quando a Igreja nos da à liberdade de agir e convoca por meio do documento de Aparecida a que nós tenhamos: “Fervorosos espaços de oração comunitária”, muitos de nós ainda estamos como que dormindo em meio à agonia no horto das oliveiras, o que estamos esperando que o Senhor nos diga: “E, ao voltar para junto dos discípulos, encontrou-os adormecendo. E diz a Pedro: Como assim? Não foste capazes de vigiar comigo por uma hora!” Mateus 26,40
O mundo padece de uma agonia sem Deus, as famílias sendo corrompidas pelos modismos, pela mentalidade relativista de hoje, a violência aumentando, o mundo cada vez mais sem Deus, e nós o que estamos fazendo? Evangelizando as criaturas de qualidade.
Que qualidade é essa?
Corrijam-me se estiver errado mas o mandato evangélico não diz: “Ide por todo mundo, proclamai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16, 15
E não : “Proclamai o evangelho as criaturas de qualidade”
Só terá qualidade aquele que experimentar um encontro pessoal com Jesus, e se nós queremos servir anunciando o Reino, nosso papel é levar as pessoas a esse encontro.
Dobremos os joelhos, nos voltemos ao coração eucarístico de Jesus e arregacemos as mangas. Está na hora de colocar o comodismo e as desculpas de lado e trabalhar na colheita do Senhor, pois o tempo que Deus nos deu para isso é agora!

Como nos livrar das forças espirituais do mal

por Márcio Mendes
missionário da Canção Nova

Como se livrar de uma pessoa impertinente? Evitando-a. Como podemos nos livrar das forças espirituais do mal? Orando contra elas. Nossas orações são como flechas que mantém longe o Inimigo. Ainda que os nossos problemas e as nossas lutas sejam as mais comuns e corriqueiras precisamos aprender a enfrentá-las a partir de Deus e com uma força divina. É o que nos revela o Espírito Santo: “Porque, ainda que vivamos na carne, não militamos segundo a carne. Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações” (II Cor 10, 3-4).

Não devemos fugir da luta. É estupidez virar as costas para um inimigo que não vê a hora de nos apunhalar. Antes, devemos pedir que o Espírito faça conosco o mesmo que fez com Jesus quando o levou ao deserto, para enfrentar e vencer o Tentador que o espreitava (cf. Mt 4,1). Conduzido pelo Espírito, Jesus libertou-se do Maligno, e agora pode também libertar-nos do poder de Satanás. O Espírito Santo que conduziu Jesus na luta e o levou a derrotar o Inimigo é o mesmo que está agora ao nosso lado; pronto, como diz o Salmo, para “adestrar nossas mãos para o combate e nossos dedos para a guerra” (cf. Sl 143, 1).

O meio mais necessário e seguro para ter a vitória nesta luta é recorrer logo a Deus com humildade e confiança. Devemos nos revestir do Espírito e confiar: Deus virá em nosso auxílio. Se clamarmos “Apressai-vos, ó Deus, em me livrar; depressa, Senhor, vinde em meu auxílio” (Sl 69, 2), diz Santo Afonso de Ligório, que bastará essa oração para nos fazer vencer os assaltos de todos os demônios do inferno, porque Deus é infinitamente mais forte que todos eles.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ELA OFERECEU TUDO O QUE TINHA PARA VIVER

Por Jaime Roberto

Lc 21, 1-4
O que estou oferecendo para Deus?
A viúva do Evangelho acima era pobre e deu tudo o que tinha como oferenda. ao dar seu último bem material não possuía mais nada; mas apartir de então recebeu tudo: as bênçãos dos céus.

O Coração de Jesus procura corações oblativos, corações capazes de dar e se entregar pelo outro. Os mártires se elevaram aos céus como perfeitas oferendas. Deram tudo o que tinham - inclusive suas vidas - para concretizar o plano de Deus. O sangue derramado é a maior prova de Amor.

Oferecer tudo é o caminho para a Oblação perfeita. O que ofereço para Deus hoje?...esse é o caminho que devemos retomar, o nosso oferecimento. Jesus é o maior exemplo de oferenda, o Cordeiro imolado, transpassado pela lança. Essa imolação se concrestiza ainda hoje, através da Santa Missa, pelas mãos dos Sacerdotes.

O meu oferecimento para Deus deve ser de inteira entrega, de Coração aberto, livre e pura doação. São João da Cruz é considerado o santo do 'tudo' e do 'nada'. Tudo para Deus e nada para mim. Quanto mais de oferecemos para Deus, mais o Espírito Santo irá agir em nós, até que estejamos completamente tomados por Ele. Assim poderemos concretizar o Reino de Deus aqui na Terra.

domingo, 25 de abril de 2010

Santidade ao alcance de todos


por Felipe Aquino

A melhor resposta que damos ao amor de Deus

Desde a Antiga Aliança, realizada por intermédio dos Patriarcas, Deus chama o povo à santidade: “Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santos porque Eu sou Santo” (Levítico 11,45).

O desígnio de Deus é claro: uma vez que fomos criados à Sua “imagem e semelhança” (cf. Gênesis 1,26), e Ele é Santo, todos nós temos de ser santos também. Isso é natural, porque fomos feitos para o Senhor; Ele não o deixa por menos.
São Pedro repete essa ordem dada ao povo no deserto, em sua primeira carta: “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque Eu sou santo (Levítico 11, 44)” (I Pedro 1,15-16).

O grande apóstolo exortava os cristãos do seu tempo a romper com o pecado: “Luxúrias, concupiscências, embriaguez, orgias, bebedeiras e criminosas idolatrias” (1 Pedro 4,3), vivendo na caridade, já que esta “cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro 4,8).

Da mesma forma, Nosso Senhor Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, chama os discípulos à perfeição do Pai: “Sede perfeitos assim como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5,48). Cristo se refere à bondade do Pai, que ama não só os bons, mas também os maus e que “faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” (idem 5,45). E pergunta aos discípulos: “Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” (idem, 46).

Para o Senhor, ser perfeito como o Pai celeste o é, é amar também os inimigos, os que não nos amam. “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e vos maltratam” (idem, 44). E mais ainda: “Não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra” (idem, 39).

O Sermão da Montanha, relatado nos capítulos 5,6 e 7 de São Mateus, apresenta-nos o verdadeiro código da santidade. É como dizem os teólogos: é a “Constituição do Reino de Deus”. É por isso que na Festa de Todos os Santos a Igreja nos faz ler no Evangelho esse discurso de Jesus.

São Paulo começa quase todas as suas cartas lembrando os cristãos, do seu tempo, de que são “chamados à santidade”. Aos romanos, logo no início, ele se dirige a eles dizendo: “A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos […]” (Romanos 1,7). Aos coríntios ele repete: “À Igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Cristo Jesus chamados à santidade com todos […]” (I Coríntios 1,2). Aos efésios ele também recorda, logo no início, que o Pai nos escolheu em Cristo “antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Efésios 1,5). Aos filipenses ele exorta: “O discernimento das coisas úteis vos torne puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo” (Filipenses 1,10).

Para o grande apóstolo a santidade é a grande vocação do cristão. “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza […]” (I Tessalonicenses 4,3-5). “Purifiquemo-nos de toda a imundície da carne e do espírito realizando a obra de nossa santificação no temor de Deus” (II Coríntios 7,1). “Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor” (Hebreus 12,14).

Santa Teresa de Ávila afirma que: “O demônio faz tudo para nos parecer um orgulho o querer imitar os santos”. A santidade ainda não é um fim, mas o meio de voltarmos a ser “imagem e semelhança” de Deus, conforme saímos de Suas mãos.
A santidade é a melhor resposta que damos ao amor de Deus. É esse amor retribuído que levou os santos a fazerem a vontade de Deus e chegarem à santidade.

O Concílio Vaticano II afirmou que: “Todos os fiéis cristãos são, pois, convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição do próprio estado” (Lumen Gentium, 41). Essas palavras da Igreja mostram que a santidade não é, como se pensava antes, um caminho para poucos “eleitos” de Deus, privilegiados; mas um caminho para “todos” os cristãos. Esse chamado é uma “vocação universal”.

Todos os batizados, portanto, sem exceção, são chamados à santidade. “Eles são justificados no Senhor Jesus – diz o Concílio – porquanto pelo batismo da fé se tornaram verdadeiramente filhos de Deus e participantes da natureza divina e, portanto realmente santos” ( Lumen Gentium, 40).

Vemos então que cada um de nós “recebeu” a santidade no batismo e deve viver de modo a preservá-la e aperfeiçoá-la.
Certa vez, o saudoso Papa João Paulo II disse em Roma, citando Bernanos: “A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos”. Em outra ocasião, ele declarou aos catequistas: “Numa palavra, sede santos. A santidade é a força mais poderosa para levar a Cristo os corações dos homens” (L.R. nº 24, 14/06/92, pg 22 [338]).

Para viver a santidade devemos, como disse Santo Afonso de Ligório, “fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz”; isto é, viver os mandamentos e aceitar a vontade do Senhor em tudo.

A Igreja existe para nos levar à santidade e nos oferece muitos meios de santificação: a oração, os sacramentos, os sacramentais, a Palavra de Deus, a fé. Além disso, nos santificamos pelos sofrimentos, pela vivência familiar como pais e filhos cumpridores de nossa missão; pelo trabalho realizado com amor. É no chão do lar, da fábrica, do asfalto, da rua, da luta diária que cada um de nós se santifica fazendo a vontade de Deus.

O mundo hoje precisa de muitos santos, como afirmou João Paulo II aqui no Brasil; santos modernos, de calça jeans, tocando violão e tudo o mais.

sábado, 24 de abril de 2010

A Divina Eucaristia

por São Pedro Julião Eymard (fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento - Sacramentinos - cujo carisma é a Adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento)

'Eis agora a instituição do augusto sacrifício. Momento solene! Sou a hora do Amor. É a páscoa mosaica que se consome; é o Cordeiro real que substitui o figurativo; é o Pão da Vida, o Pão do Céu, que toma o lugar do maná do deserto. Tudo está preparado. Os Apóstolos, a quem o Mestre acaba de lavar os pés, estão puros. Jesus senta-se modestamente à mesa, pois era mister participar da nova Páscoa sentado, repousando em Deus. Faz-se, em torno, grande silêncio. Os Apóstolos, atentos, observam tudo. Jesus recolhe-se em si mesmo, toma o Pão nas suas Mãos Santas e veneráveis, eleva os Olhos ao Céu e, dando graças a seu Pai por ter chegado a hora ansiosamente esperada, estende a Mão e benze o Pão… E, enquanto os Apóstolos, penetrados de profundo respeito, não ousam perguntar a significação desses símbolos tão misteriosos, Jesus pronuncia estas palavras arrebatadoras, tão poderosas como a palavra criadora: “Tomai e comei, isto é o meu Corpo. Tomai e bebei, isto é o meu Sangue”. É o mistério do Amor que se consuma. É Jesus que cumpre com sua palavra. E nada mais lhe restando a dar que sua Vida mortal na Cruz, Ele a dará, para depois ressuscitar e tornar-se nossa Hóstia perpétua de propiciação, Hóstia de Comunhão, Hóstia de adoração. O Céu extasia-se à vista desse mistério. A Santíssima Trindade contempla-o com amor. Os Anjos o adoram, tomados de admiração. Os demônios têm frêmitos de raiva nos infernos. Sim, Jesus, tudo está consumado! Nada mais tendes a dar ao homem para lhe provar vosso Amor. Agora podeis morrer, e, na própria Morte, não nos deixareis. Vosso Amor eternizou-se na terra. Voltai ao Céu de vossa Glória; a Eucaristia será o Céu de vosso Amor.'

[A Divina Eucaristia: Extratos dos Escritos e Sermões de São Pedro Julião Eymard. Tradução do francês de Mariana nabuco. Volume 1 (A Presença Real). São Paulo: Servas do Santíssimo Sacramento da Adoração Perpétua: Distr. Loyola de livros: Palavra e prece Ed. Ltda., 2007. p. 37].

cristão existe para a Eucaristia e Eucaristia para o cristão

por Fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap - pregador do Papa.

O evangelho [Lucas 18, 1-8] começa assim: «Jesus propôs-lhes uma parábola para mostrar que é necessário orar sem jamais deixar de fazê-lo». A parábola é a do juiz iníquo. À pergunta: «Quantas vezes é preciso orar?», Jesus responde: sempre! A oração, como o amor, não suporta o cálculo das vezes. Deve-se perguntar talvez quantas vezes ao dia uma mãe ama seu filho, ou um amigo a seu amigo? Pode-se amar com grandes diferenças de consciência, mas não a intervalos mais ou menos regulares. Assim também é a oração.

Este ideal de oração contínua se levou a cabo, em diversas formas, tanto no Oriente como no Ocidente. A espiritualidade oriental a praticou com a chamada oração de Jesus: «Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim». O Ocidente formulou o princípio de uma oração contínua, mas de forma mais dúctil, tanto como para poder ser proposta a todos, não só àqueles que fazem profissão explícita de vida monástica. Santo Agostinho diz que a essência da oração é o desejo. Se o desejo é de Deus contínuo, contínua é também a oração; se faltar o desejo interior, pode-se gritar o quanto for; para Deus, estaremos mudos. Este desejo secreto de Deus, feito de lembrança, de necessidade de infinito, de nostalgia de Deus, pode permanecer vivo inclusive enquanto se está obrigado a realizar outras coisas: «Orar longamente não equivale a estar muito tempo de joelhos ou com as mãos unidas ou dizendo muitas palavras. Consiste mais em suscitar um contínuo e devoto impulso do coração para Aquele a quem invocamos».

Jesus nos deu, em primeira pessoa, o exemplo da oração incessante. Dele se diz nos evangelhos que orava de dia, ao cair da tarde, pela manhã, e que passava às vezes toda a noite em oração. A oração era o tecido conectivo de toda sua vida.

Mas o exemplo de Cristo nos diz também outra coisa importante. É ilusório pensar que se pode orar sempre, fazer da oração uma espécie de respiração constante da alma inclusive em meio às atividades cotidianas, se não reservamos também tempos fixos nos quais se espera pela oração, livres de qualquer outra preocupação. Aquele Jesus a quem vemos orar sempre é o mesmo que, como todo judeu de seu tempo, três vezes por dia – ao sair o sol, na tarde, durante os sacrifícios do templo, e no pôr-do-sol – parava, se orientava para o templo de Jerusalém e recitava as orações rituais, entre elas o Shema Israel, Escuta Israel. No Sábado Ele também participa, com os discípulos, do culto da sinagoga, e vários episódios evangélicos acontecem precisamente neste contexto.

A Igreja igualmente fixou, pode-se dizer que desde o primeiro momento de vida, um dia especial para dedicar ao culto e à oração, o domingo. Todos sabemos em que se converteu, lamentavelmente, o domingo em nossa sociedade; o esporte, em particular o futebol, de ser um fator de entretenimento e lazer, se transformou em algo que com freqüência envenena o domingo... Devemos fazer o possível para que este dia volte a ser, como estava na intenção de Deus ao mandar o descanso festivo, uma jornada de serena alegria que consolida nossa comunhão com Deus e entre nós, na família e na sociedade.

É um estímulo para nós, cristãos modernos, recordar as palavras que os mártires Saturnino e seus companheiros dirigiram, no ano 305, ao juiz romano que havia mandado prendê-los por ter participado na reunião dominical: «O cristão não pode viver sem a Eucaristia dominical. Não sabias que o cristão existe para a Eucaristia e a Eucaristia para o cristão?».

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Muito mais que pedofilia...

POR CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

As notícias sobre pedofilia, envolvendo membros do clero, difundiram-se de modo insistente. Tristes fatos, infelizmente, existiram no passado e existem no presente; não preciso discorrer sobre as cenas escabrosas de Arapiraca… A Igreja vive dias difíceis, em que aparece exposto o seu lado humano mais frágil e necessitado de conversão. De Jesus aprendemos: “Ai daqueles que escandalizam um desses pequeninos!” E de São Paulo ouvimos: “Não foi isso que aprendestes de Cristo”.
As palavras dirigidas pelo papa Bento XVI aos católicos da Irlanda servem também para os católicos do Brasil e de qualquer outro país, especialmente aquelas dirigidas às vítimas de abusos e aos seus abusadores. Dizer que é lamentável, deplorável, vergonhoso, é pouco! Em nenhum catecismo, livro de orientação religiosa, moral ou comportamental da Igreja isso jamais foi aprovado ou ensinado! Além do dano causado às vítimas, é imenso o dano à própria Igreja.
O mundo tem razão de esperar da Igreja notícias melhores: Dos padres, religiosos e de todos os cristãos, conforme a recomendação de Jesus a seus discípulos: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles, vendo vossas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos céus!” Inútil, divagar com teorias doutas sobre as influências da mentalidade moral permissiva sobre os comportamentos individuais, até em ambientes eclesiásticos; talvez conseguiríamos compreender melhor por que as coisas acontecem, mas ainda nada teríamos mudado.
Há quem logo tem a solução, sempre pronta à espera de aplicação: É só acabar com o celibato dos padres, que tudo se resolve! Ora, será que o problema tem a ver somente com celibatários? E ficaria bem jogar nos braços da mulher um homem com taras desenfreadas, que também para os casados fazem desonra? Mulher nenhuma merece isso! E ninguém creia que esse seja um problema somente de padres: A maioria absoluta dos abusos sexuais de crianças acontece debaixo do teto familiar e no círculo do parentesco. O problema é bem mais amplo!
Ouso recordar algo que pode escandalizar a alguns até mais que a própria pedofilia: É preciso valorizar novamente os mandamentos da Lei de Deus, que recomendam atitudes e comportamentos castos, de acordo com o próprio estado de vida. Não me refiro a tabus ou repressões “castradoras”, mas apenas a comportamentos dignos e respeitosos em relação à sexualidade. Tanto em relação aos outros, como a si próprio. Que outra solução teríamos? Talvez o vale tudo e o “libera geral”, aceitando e até recomendando como “normais” comportamentos aberrantes e inomináveis, como esses que agora se condenam?
As notícias tristes desses dias ajudarão a Igreja a se purificar e a ficar muito mais atenta à formação do seu clero. Esta orientação foi dada há mais tempo pelo papa Bento XVI, quando ainda era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Por isso mesmo, considero inaceitável e injusto que se pretenda agora responsabilizar pessoalmente o papa pelo que acontece. Além de ser ridículo e fora da realidade, é uma forma oportunista de jogar no descrédito toda a Igreja católica. Deve responder pelos seus atos perante Deus e a sociedade quem os praticou. Como disse São Paulo: Examine-se cada um a si mesmo. E quem estiver de pé, cuide para não cair!
A Igreja é como um grande corpo; quando um membro está doente, todo o corpo sofre. O bom é que os membros sadios, graças a Deus, são a imensa maioria! Também do clero! Por isso, ela será capaz de se refazer dos seus males, para dedicar o melhor de suas energias à Boa Notícia: para confortar os doentes, visitar os presos nas cadeias, dar atenção aos abandonados nas ruas e debaixo dos viadutos; para ser solidária com os pobres das periferias urbanas, das favelas e cortiços; ela continuará ao lado dos drogados e das vítimas do comércio de morte, dos aidéticos e de todo tipo de chagados; e continuará a acolher nos Cotolengos criaturas rejeitadas pelos “controles de qualidade” estéticos aplicados ao ser humano; a suscitar pessoas, como Dom Luciano e Dra. Zilda Arns, para dedicarem a vida ao cuidado de crianças e adolescentes em situação de risco; e, a exemplo de Madre Teresa de Calcutá, ainda irá recolher nos lixões pessoas caídas e rejeitadas, para lavar suas feridas e permitir-lhes morrer com dignidade, sobre um lençol limpo, cercadas de carinho. Continuará a mover milhares de iniciativas de solidariedade em momentos de catástrofes, como no Haiti; a estar com os índios e camponeses desprotegidos, mesmo quando também seus padres e freiras acabam assassinados.
E continuará a clamar por justiça social, a denunciar o egoísmo que se fecha às necessidades do próximo; ainda defenderá a dignidade do ser humano contra toda forma de desrespeito e agressão; e não deixará de afirmar que o aborto intencional é um ato imoral, como o assassinato, a matança nas guerras, os atentados e genocídios. E sempre anunciará que a dignidade humana também requer comportamentos dignos e conformes à natureza, também na esfera sexual; e que a Lei de Deus não foi abolida, pois está gravada de maneira indelével na coração e na consciência de cada um.
Mas ela o fará com toda humildade, falando em primeiro lugar para si mesma, bem sabendo que é santa pelo Santo que a habita, e pecadora em cada um de seus membros; todos são chamados à conversão constante e à santidade de vida. Não falará a partir de seus próprios méritos, consciente de trazer um tesouro em vasos de barro; mas, consciente também de que, apesar do barro, o tesouro é precioso; e quer compartilhá-lo com toda a humanidade. Esta é sua fraqueza e sua grandeza!

Cardeal Odilo Pedro Scherer é Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo/SP.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO

“Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere, não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade.” (Isaías 55. 10-11).
Esta é a nossa missão, fazer com que se torne realidade esta profecia de Isaias, fazer com que cada um que prega ou que deseja ser um pregador (a), tenha a verdadeira dimensão da importância deste ministério, da importância de sermos Arautos, Embaixadores da Palavra de Deus, pois quando a proclamamos precisamos ter plena certeza de que o querer de Deus irá acontecer através de nossa pregação, que Nosso Senhor Jesus Cristo vai operar milagres e prodígios na vida daqueles que nos ouçam seja com um microfone ou sem, seja para milhares de pessoas, seja para uma ou duas pessoas.
“E como ouvirão falar, se não houver quem pregue” (Romanos 10.14).
O Desejo de Deus é que antes de “Pregar” é necessário “Ser”, verdadeiramente homens e mulheres de intensa intimidade com Ele, pois somente podemos falar daquele que conhecemos, falar com propriedade e unção daquele que tivemos e temos todos os dias uma profunda experiência, e isso somente conseguimos por meio de uma vida de oração, “Aquele que se aconselha aos pés do crucificado jamais erra” (São Paulo da Cruz ), Ai sim nossa pregação terá efeito sobre a vida daqueles que a ouvirem.
Para isto é necessário homens e mulheres que se abram a este ministério, pois o Senhor precisa de cada um de nós para anunciar que ele esta Vivo e goza de toda saúde necessária para salvar a humanidade, por intermédio de sua palavra, para que seja lançada, semeada em muitos corações que sofrem as conseqüências do distanciamento de Deus.
Sempre em plena obediência a Igreja e a todos aqueles que Deus constituiu como autoridade, pois foi pela obediência de Jesus Cristo é que fomos salvos.

Deus abençoe a todos.
Leandro Ramos.
Coordenador do Ministério de Pregação.
Diocese de Santos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

PARTE 1 - SEDE SANTOS - REDERSON WAGNER

PARTE 2 - SEDE SANTOS - REDERSON WAGNER

PARTE 3 - SEDE SANTOS - REDERSON WAGNER

O PÃO DA VIDA - por Jaime Roberto

"EU SOU O PÃO DA VIDA" - Jo 6,35

A EUCARISTIA É FONTE DE NOSSA VIDA ESPIRITUAL. É FONTE ESSENCIAL E CENTRADA DE NOSSA IGREJA CATÓLICA. JESUS VEIO E SE TORNOU NOSSO ALIMENTO. CUMPRIU SUA PROMESSA DE ESTAR SEMRE CONOSCO.

JESUS É NOSSO SENHOR, O PÃO DA VIDA. O RESTO É ALIMENTO IMPURO, QUE NOS LEVA A MORTE. NOSSA FOME E SEDE DEVE SER DE CRISTO E NÃO DO MUNDO.

JESUS SE TORNANDO PÃO É SINAL DE DOAÇÃO, DE AMOR, DE MARTÍRIO. SINAL DE VITÓRIA PARA NOSSA VIDA. NOSSO OLHAR E NOSSA ADORAÇÃO À EUCARISTIA DEVEM SER DE PLENO LOUVOR POR AQUELE QUE SE FEZ ALIMENTO PARA SE TORNAR 'UM' CONOSCO TAMBÉM.

COMO CARISMÁTICOS, NOSSA FONTE JUNTO A IGREJA É A EUCARISTIA. VIDA DE ESPÍRITO SEM O ALIMENTO DE CRISTO É UMA ALMA VAZIA.

É Feliz quem a Deus de confia - por Jaime Roberto

"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me" (Lc 9,25b)

Jesus hoje faz o chamado, para participar de sua missão. Segui-lo requer renúncia e amor. Renucniar é despojar do homem velho, livrar de coisas que não pertencem ao Senhor, é esvaziar nosso coração para ser completado por Ele.

Tomar a Cruz é aceitar nossa missão de Cristãos, é carregar em nós o amor que Ele nos ama. A Cruz não é símbolo de tristeza, de peso, de morte, mas si de amor, de vitória, de luta e esperança.

A salvação está na Cruz e participamos do Calvário diariamente, morrendo para o mundo e renascendo em Cristo.

Carregar a Cruz é vivenciar o amor que salva, o amor que doa, o amor que o mundo não conhece. Jesus carregou a Cruz por amor e como seguidores dEle, carreguemos este amor, para que o mundo não se perca.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A pérola preciosa

Mt 13, 45-46: "O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra". O Reino dos céus é comparado a uma pérola de muito valor, que dá certo trabalho para encontrar, mas que quando se encontra vale e paga todo esforço. Vale dar tudo o que se tem em troca deste tesouro.

Você sabe como se forma uma pérola dentro de uma ostra? _A pérola nada mais é do que um pequeno grão de areia (ou outro corpo estranho) que penetrou o interior de uma ostra (um organismo vivo), que para defender-se daquele corpo estranho o vai envolvendo, à medida que o tempo passa, com uma substância anticéptica. Assim nasce a pérola, que equivaleria em nosso corpo a um cálculo renal.

Os criadores de ostras provocam o surgimento de pérolas introduzindo nelas algum objeto, para que seu organismo forme uma pérola. Assim também, alguns ciscos e espinhos na nossa vida, sob o cuidado de Jesus e do Espírito Santo são transformados em pérolas preciosas: “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28)

O Reino dos céus, o Reino de Deus é a Pérola Preciosa:

Lc 17,20-21"Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós". O que é o Reino dos céus, o Reino de Deus? _ Segundo o Catecismo (541-542), é a vontade do Pai “elevar os homens à participação da Vida Divina”. Para isso reúne os homens em torno de seu Filho, Jesus Cristo.

- pelos sinais que manifestam o reino de Deus

- pela acolhida à palavra de Jesus

- pela Igreja que na terra ‘é o germe e o começo do Reino de Deus”

O reino dos céus é o país dos redimidos pelo sangue do Cordeiro de Deus, o Rei dos reis, Senhor Jesus Cristo. Brasileiros nascem no Brasil. A maioria mora no Brasil. Se não moram, eles levam o Brasil dentro de si, nos seus hábitos, gestos, gostos, cultura. E outros brasileiros se reúnem no estrangeiro para matar saudades da terra natal. Assim nascem as colônias de brasileiros no exterior. Assim também é com o Reino de Deus. Os habitantes deste Reino trazem, cada um esta pérola preciosa estampada no peito. É invisível aos olhos mas se percebe entre si. Esta resplandece a luz da Trindade Santíssima, a marca dos moradores do céu. Ela, esta pérola preciosa é o passaporte dos que vão morar no céu.

Só que pérolas nascem dentro de ostras feias, sem cor, enrugadas - é preciso abrir a ostra para tirar a pérola linda, preciosa. É preciso abrir o coração a Jesus para ele nos mostrar, em nós, a pérola que já está lá. Ele plantou em nós, pelos sacramentos (batismo, penitência e eucaristia)

Ap 3, 20-22 - abrir a porta para Jesus. Jesus tem dons maravilhosos para nós, mas nós ainda não abrimos o coração a ele. Jesus só pode agir em nós com nossa permissão - ele não faz mais por que nós não deixamos.

- motivos que nos fazem fechar o coração ao Reino de Deus:

1- desconfiança do amor de Deus (uma falsa imagem de Deus - falta de perdão - rejeição)

2- pecados não reconhecidos, arrependidos e confessados

3- ligações com o maligno (rituais, consagrações, amuletos, superstições)

4- ídolos no coração (apegos ao mundo, pessoas, dinheiro, poder, prazer, cargos, coisas, tudo o que ocupa o lugar de Deus)

- O remédio -

1- Palavra de Deus “palavra do Reino” (Mt 13,19), semente que penetra em nosso coração e gera a pérola preciosa

2- Espírito Santo - Efusão do Espírito - que rega a semente e a faz crescer.

3- Sacramentos (especialmente a Eucaristia e Confissão)

resumindo:

- reino de Deus = pérola preciosa

- nasce dentro de nós - é gerado em nós

- é nossa identidade de filhos de Deus, que nos dá entrada no céu

- é preciso abrir o coração a Jesus, como se abre a ostra feia para tirar lá de dentro a bela e preciosa pérola.

Ser do Reino de Deus é tão natural como ser brasileiro, Nascemos assim - assim é preciso nascer de novo para sermos Filhos de Deus, cidadãos do Reino de Deus e tomar posse desta realidade que já é em nossos corações.

A águia que vivia como galinha:

Certa vez um homem achou um ovo de águia na mata onde passava e trouxe para sua casa. Fazendo uma experiência para saber se o ovo era ainda fértil, colocou-o no ninho de uma galinha. O ovo de águia foi chocado e algum tempo depois nasceu uma linda aguiazinha. Mas a águia não sabia que era águia e vivia como galinha. Foi criada no galinheiro e tomou hábitos de galinha. Ciscava o chão, comia insetos e vermes, cacarejava e se tentasse um vôo seria um vôo rasteiro, sem jeito, de no máximo um metro de distância. O tempo passou. A águia que pensava ser galinha envelheceu. Um dia, empoleirada no galinheiro olhou para o céu e viu uma ave exuberante traçando um vôo lindo no ar, imponente, majestoso.

Impressionada, a velha águia galinha perguntou à sua vizinha de poleiro:

_ Que ave é aquela que eu não conheço?

_ Aquela é a rainha das aves - respondeu a outra galinha - É a águia. Ela é do céu. Nós, galinhas, somos daqui de baixo, da terra.

E assim viveu e morreu aquela águia que não sabia quem era de fato e viveu ciscando a terra, olhando para baixo, quando seu destino verdadeiro era o céu.

"Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra". (Cl 3,1-2)

Pregação de Lázaro Praxedes: “Eu amo a RCC”

Vejamos alguns motivos para amar a RCC. Ef.1, 3-14

Antes de toda a eternidade Deus já havia pensado em cada um de nós. Já nos havia escolhido. Os lábios de Deus pronunciaram o nome de cada um de nós. Por qual motivo eu fui chamado por Deus? Há uma escolha de Deus e uma vocação pessoal para cada um de nós. No entanto, há também um chamado comum a toda RCC. “Fazei que o Espírito seja conhecido e amado... e assim ajudareis a implantar neste mundo a Cultura de Pentecostes...”(Papa João Paulo II). Há uma necessidade de que a comunidade seja re-evangelizada. Nossa sociedade favorece a individualidade, às vezes até mesmo dentro de nossa própria família.

Estamos perdendo o sentido da fraternidade, nós cristãos muitas vezes já não temos mais compaixão pelo irmão que sofre. O Papa João Paulo II, pois, nos ensina que neste tempo ávido de esperança precisamos implantar a Cultura de Pentecostes. Se há no mundo uma cultura de morte, somos chamados a implantar a cultura da vida, a Cultura de Pentecostes.

Como é viver num mundo que viva a Cultura de Pentecostes? Cada sendo o rosto e memória de Pentecostes. Como é ter o rosto de Pentecostes? “Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda em toda a Igreja, com renovada vida de oração, de santidade... Não se fechem aos carismas...” (Papa João Paulo II)

Por isso, onde estiver um carismático é preciso que haja um derramamento do Espírito Santo. Isso tem acontecido em nossa vida? Temos levado esta cultura para os ambientes de trabalho, de lazer, de estudo, etc? Nossa missão, pois, é implantar uma cultura diferenciada, a Cultura de Pentecostes.

E aí precisamos olhar para nossa própria vida. Em algum momento especial de nossa história tivemos um encontro pessoal com Jesus Cristo. Estamos aqui porque um dia vivemos uma experiência de Deus que nós chamamos de Batismo no Espírito Santo.
TESTEMUNHO PESSOAL DO PREGADOR

“Após a experiência do Batismo no Espírito Santo, comecei a anunciar que Jesus Cristo é o Senhor. Minha vida foi transformada radicalmente, Deus me deu a honra de evangelizar nove de meus irmãos e minhas duas irmãs que estavam fazendo caminho para serem mães de santo foram libertas e servem ao Senhor Jesus ainda hoje num Grupo de Oração. Por esta experiência radical de Deus hoje posso dizer que EU AMO A RCC.”

“Tinha um escritório de contabilidade bem estabelecido em Poços de Caldas e quando fui chamado a servir ao Senhor no Escritório Administrativo da RCC Brasil, após discernimento (inclusive Jesus falou ao coração de minha filha de 9 anos de idade) comecei a vender os meus bens (escritório, móveis, etc.) em Poços de Caldas e me mudei para Pelotas - RS. O meu amor pelo Movimento tem sido nesse nível.”

Nossa Igreja nasceu do derramamento do Sangue Precioso de Jesus Cristo na Cruz, e se difundiu à custa do sangue de muitos mártires que com ardor anunciavam o Evangelho. É preciso dar o nosso sangue para implantar a Cultura de Pentecostes. A RCC tem sido um grande exército que tem se levantado para dizer que a cultura de morte não tem a última palavra, para dizer que não aceitamos a dissolução de nossas famílias, que nossos filhos e filhas não se perderão nas drogas. A sociedade só será transformada quando formos até às últimas conseqüências no anúncio do Evangelho, por amor à RCC.

“Uns põem sua força nos carros, outros, nos cavalos. Nós, porém, a temos no nome do Senhor, nosso Deus. Eles fraquejaram e foram vencidos; mas nós, de pé, continuamos firmes.” (Salmo 19, 8-9)

Ao contrário do que alguns dizem, na Igreja há material inflamável para ser consumido pelo Espírito Santo de Deus. Incendeia a minha alma, Senhor!
EU AMO A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA!!!

Somos um povo privilegiado e predestinado. Temos uma compreensão completa da Unção. Precisamos louvar muito a Deus pela RCC, por nossos Grupos de Oração que mesmo em meio a tantas dificuldades têm sido portas abertas da graça.

EU AMO A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA!!!