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'SE CALAREM AS VOZES DOS PROFETAS AS PEDRAS FALARÃO'








quarta-feira, 20 de abril de 2011

Por que Jesus morreu na cruz?


O drama de um Deus crucificado por amor ao homem

Jamais o mundo viu ou verá um acontecimento como este: o Filho de Deus humanado é crucificado e agoniza durante três horas numa cruz. Três longas horas de dores indizíveis, sofrimentos inenarráveis na pior forma de suplício que o Império Romano impunha a seus opositores, bandidos, malfeitores... Foi o drama de um Deus crucificado por amor ao homem, criatura moldada à Sua "imagem e semelhança" (cf. Gen. 1,26).

Um mistério insondável de amor e de dor que projeta luz sobre o quanto cada um de nós é importante para Deus. Cristo não mediu esforços para resgatar cada um de nós para Deus... foi até as últimas consequências. São João expressou isso como ninguém: "Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 15,1).

A dívida dos pecados dos homens, sendo, de certo modo infinita, exigia um sofrimento redentor também infinito para reparar a ofensa contra a majestade infinita de Deus. Então, o sofrimento de Deus feito homem, infinito, triunfou do pecado. O resgate de cada um de nós foi pago. Pelo sofrimento de Jesus, Homem e Deus, a humanidade honrou a Deus incomparavelmente mais do que O ofendera e poderá ainda ofender. O homem, resgatado agora pelo Filho do Homem, pode voltar para os braços de Deus. A justiça foi satisfeita.

Podemos perguntar: mas por que foi necessário que um Deus morresse na Cruz para nos salvar? São Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja, nas suas homilias de Natal, lança luzes sobre o mistério da nossa Redenção:

“Mas, o fato, caríssimos, de Cristo ter escolhido nascer de uma Virgem não parece ditado por uma razão muito profunda? Isto é, que o diabo ignorasse que a salvação tinha nascido para o gênero humano, e, escapando-lhe que a concepção era devida ao Espírito, acreditasse que não tinha nascido diferente dos outros aquele que ele não via diferente dos outros.

Com efeito, aquele no qual ele constatou uma natureza idêntica à de todos tinha, pensava ele, uma origem semelhante à de todos; ele não compreendeu que estava livre dos laços do pecado aquele que ele não viu isento das fraquezas da mortalidade. Porque Deus, que, em sua justiça e em sua misericórdia, dispunha de muitos meios para elevar o gênero humano, preferiu escolher para isso a via que lhe permitisse destruir a obra do diabo, apelando não a uma intervenção de poder, mas a uma razão de equidade.

Porque, não sem fundamento, o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava direitos de tirano sobre todos os homens e, não sem razão, oprimia sob seu domínio aqueles que ele tinha prendido ao serviço de sua vontade, depois que eles, por si mesmos, tinham desobedecido ao mandamento de Deus. Por isso não era de acordo com as regras da justiça que ele cessasse de ter o gênero humano como escravo, como o tinha desde a origem, a não ser que fosse vencido por meio do que ele mesmo tinha reduzido à escravidão.

Para esse fim, Cristo foi concebido de uma Virgem, sem intervenção de homem... Ele [o demônio] não pensou que o nascimento de uma criança gerada para a salvação do gênero humano não lhe estava sujeito como o estava o de todos os recém-nascidos. Com efeito, ele o viu vagindo e chorando, viu-o envolto em panos, submetido à circuncisão e resgatado pela oferenda do sacrifício legal. Mais tarde, reconheceu os progressos normais da infância, e até na idade adulta nenhuma dúvida lhe aflorou sobre o desenvolvimento conforme a natureza.

Durante este tempo ele lhe infligiu ultrajes, multiplicou injúrias, usou de maledicências, calúnias, blasfêmias, insultos, enfim, derramou sobre ele toda a violência do seu furor e o pôs à prova de todos os modos possíveis; sabendo com qual veneno tinha infectado a natureza humana, ele jamais pôde crer que fosse isento da falta inicial aquele que, por tantos indícios, ele reconhecia por um mortal.

Ladrão atrevido e credor avaro, ele se obstinou em levantar-se contra aquele que não lhe devia nada, mas exigindo para todos a execução de um julgamento geral pronunciado contra uma origem manchada pela falta, ultrapassou os termos da sentença sobre a qual se apoiava, porque reclamou o castigo da injustiça contra aquele no qual não encontrou falta. Tornando-se, por isso, caducos os termos malignamente inspirados na convenção mortal, e, por causa de uma petição injusta, que ultrapassava os limites, a dívida toda foi reduzida a nada. O forte é atado com os seus próprios laços, e todo o estratagema do inimigo cai sobre a sua cabeça. Uma vez amarrado o príncipe deste mundo, o objeto de suas capturas lhe foi arrancado. Nossa natureza, lavada de suas antigas manchas, recupera sua dignidade, a morte é destruída pela morte, o nascimento é renovado pelo nascimento, porque, ao mesmo tempo, o resgate suprime nossa escravidão, a regeneração muda nossa origem e a fé justifica o pecador” (Sermão XXII , segundo Sermão do Natal).

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Como vencer a violência


Quando Deus é retirado de cena, o homem ocupa o lugar d’Ele

por Prof. Felipe Aquino


A Igreja ensina as razões profundas da violência; acima de tudo está num coração sem Deus, sem amor ao irmão, o qual não é visto como “imagem e semelhança de Deus”. E quando Deus é retirado de cena, o homem ocupa o lugar d’Ele e a dignidade humana já não é mais respeitada. O "não" dito ao Senhor acaba se transformando em um "não" dito ao homem, por isso vemos hoje a pior de todas as violências: o aborto e a eutanásia, o sacrifício da vida humana; além dos assaltos, sequestros, roubos, corrupções de toda ordem, pedofilia, estupros, incestos, violência nos lares contra as crianças, entre outros.

Não basta encher as nossas ruas de policiais armados e bem equipados para acabar com a violência – embora isso seja necessário para combatê-la de imediato –; é preciso mais. É preciso a "educação para a paz". Essa educação exige que se ensine às crianças e aos jovens, nos lares e nas escolas, a dignidade de todo e qualquer ser humano. A moral cristã tem como base essa dignidade. Tudo aquilo que a Igreja condena como imoral é porque fere a dignidade da pessoa. A base da violência está na falta da vivência moral e na relativização do que seja o bem; o mal tem gerado muitas formas de violência.

Um fator de importância máxima na questão da violência é a família, pois ela é a “escola de todas as virtudes”, e é nela que a criança deve aprender com os pais e os irmãos a respeitar e a ser respeitada. Mas como vai a família? Infelizmente mal; a imoralidade tem destruído a família e seus valores cristãos. Muitas estão destruídas e há muitos filhos sem a presença imprescindível dos pais para educá-los. Milhares de adolescentes e jovens ficam grávidas sem ao menos terem um lar para receber seus filhos. Como disse o saudoso Papa João Paulo II, no Brasil há milhares de crianças “órfãs de pais vivos”. Que futuro terão essas crianças? Muitas delas acabarão na rua e no mundo do crime e da violência. Sabemos que quase a totalidade dos nossos presos são jovens.

E por que tantos jovens acabam no mundo do crime? Porque lhes faltam um pai e uma mãe que lhes ensinem o caminho da honradez, da virtude, da escola e do trabalho. O trabalho é a sentinela da virtude.

Hoje quase não faltam escolas para as crianças, nem mesmo catequese nas paróquias, mas faltam os pais que as conduzam à escola e à igreja. Portanto, sem a reestruturação da família, segundo o coração de Deus, na qual não existam o divórcio, a traição, o incesto, as brigas, o vício, o estupro, a pedofilia, etc., não se poderá acabar com a violência na sociedade. E sobretudo, sem Jesus, sem o Evangelho, sem a vivência moral ensinada pela Igreja de Cristo, não haverá paz verdadeira e duradoura. Sem isso será inócuo lutar pela paz. Diz o salmista que “se não é Deus quem guarda a cidade, em vão vigiam os seus sentinelas” (Sl 126, 1).

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lutar com as próprias armas


Quando estiver desanimado, nunca desista
Por Prado Flores

Quando o jovem Davi se dispunha a brigar com o gigante Golias, o rei Saul emprestou sua armadura de aço, seu escudo e sua espada, porém o pastot de Belém não podia nem caminhar com tanto peso (conf. 1Sm 17, 38-39). Ele teve que renunciar às armas reais e brigar com sua funda e cinco pedras de arroio. David não derrotou Golias com as armas do rei Saul, mas com as suas próprias.
Deus também ordena ao juiz Gedeão, que se sente incapaz de enfrentar uma batalha contra os madianitas: vai e, com essa força que tens, livra Israel das mãos dos madianitas (conf. Jz 6,14).

Vamos enfrentar a batalha com toda nossa força, mas só com a força que temos. Ali está o segredo de nossa vitória.
Moisés, por sua parte, estava acostumado a apascentar o rebanho de seu sogro Jetro e vivia na rotina e na melancolia. Até que um dia se atreveu a dar um passo ao fascinante mundo do desconhecido e foi “para além do deserto”, para encontrar um novo sentido à sua existencia (Ex 3,1).

Era uma vez um grande músico chamado Nicolo Paganini, nascido em Gênova, Itália, em fins do seculo XVIII, que foi considerado o melhor violinista de todos os tempos.
Certa noite, o palco da Scala de Milán estava repleto de admiradores, sedentos para escutá-lo. Paganini colocou seu violino no ombro e o que se escutou foi indescritivel: tons graves que se misturavam com fins agudos. Fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias pareciam ter asas e voar ao contato de seus dedos encantados. De repente, um ruído estranho surpreendeu a todos. Uma das cordas do violino de Paganini havia se rompido. Paganini continuou tocando e arrancando sons deliciosos de um violino com problemas.

Pouico depois, a segunda corda do violino de Paganini se rompeu. Como se nada tivesse acontecido, Paganini esqueceu as dificuldades e continuou criando sons do impossivel.
Pela sobrecarga do esforço, uma terceira corda do violino de Paganini se rompeu. E ele continuou produzindo melodiosas notas.

No concerto da vida, se rompem as cordas de nosso violino quando se deteriora a saúde, quando perdemos de repente pessoas queridas, quando um amigo nos traí e outras mil formas imprevistas. De qualquer maneira, o musico deve continuar tocando, inspirado na criatividade e na perseverança.

Mesmo que as cordas se rompam, seguiremos sem nos deter e florescerão qualidades ocultas que nem nós sabíamos que existiam em nosso interior. Então, os outros se emocionam e se motivam, porque percebem que, se alguém pode tocar seu instrumento musical em meio às dificuldades, eles também acreditam que podem fazê-lo.



Quando estiver desanimado, nunca desista, pois ainda existe a corda da constância para tentar uma vez mais, dando um passo “mais além” com um enfoque novo. Enquanto tiver a corda da perseverança ou da criatividade, pode continuar a caminhar, encontrando soluções inesperadas. Desperta o Paganini que há dentro de você e avança para vencer.
Vitória é a arte de continuar onde os outros se dão por vencidos. Quando tudo parece desmoronar, se brinde com uma oportuinidade e avance sem parar. Toca a mágica corda da motivação e tire sons virgens que ninguém conhece.

Toca teu violino com as cordas que tens.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

“Buscar a água viva”


- Sem água é impossível haver vida

- A Água é símbolo da vida - está na origem da vida.Se falta água, a vida não progride, não há fecundidade. (Os cientistas procuram sinal de vida passada em Marte porque encontraram sinal de que um dia houve água em abundância em Marte. Não há hoje mais vida em Marte porque toda a água do planeta secou).

- Só 0,4% de toda água no planeta Terra é própria para o consumo humano.

- As áreas desérticas sobre o planeta estão aumentando em ritmo assustador.

- Especialistas afirmam que a água potável está cada vez mais escassa no planeta e que, neste ritmo de destruição do meio ambiente e mutação do clima, a água será cada vez mais rara. Segundo muitos, as próximas grandes guerras no mundo serão disputas entre países por fontes de água potável.

- Por tudo isso a água se tornou símbolo do Espírito Santo e sacramental

“A água. O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se torna a sinal sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação de nosso primeiro nascimento se operou na água, da mesma forma também a água batismal significa realmente que nosso nascimento para, a vida divina nos é dado no Espírito Santo Mas batizados em um só Espírito” também "bebemos de um só Espírito" (1Cor 12,13): o Espírito é, pois também pessoalmente a água viva que jorra de Cristo crucificado como de sua fonte e que em nós jorra em Vida Eterna.” (CIC 694)



Já no segundo versículo da Bíblia, a água é citada: “... e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” Gn 1,2

“Desde a origem do mundo a água, esta criatura humilde e admirável é a fonte da vida e da fecundidade. A Sagrada Escritura a vê como “incubada” pelo Espírito de Deus” CIC 1218

“Já na origem do mundo, vosso Espírito pairava sobre as águas para que elas concebessem a força de santificar.” (vigília pascal: a bênção da água batismal)

Faltando 4 versículos para terminar a Bíblia, a água é citada de novo: “Aquele que tem sede, venha! E que o homem de boa vontade receba, gratuitamente, da água da vida!” Ap 22,17

Assim como sem água é impossível haver vida orgânica - também sem a água viva do Espírito Santo é impossível haver vida espiritual.

Hoje vemos em diversos lugares a recuperação de terras que antes eram consideradas improdutivas com a irrigação artificial. O moderno Estado de Israel conseguiu verdadeiros milagres no deserto, transportando água do Jordão e fazendo irrigação. Gota a gota a água reaviva a capacidade da terra produzir frutos. A fertilidade da terra, os insumos estavam todos lá, esperando apenas a água para fazer brotar a planta. Assim o coração do homem foi feito por Deus. Nosso coração foi feito pelo amor e para o amor. Para produzir os frutos do Espírito. Mas, sem a água viva do Espírito Santo, todas estas boas possibilidades continuavam somente possibilidades

Efusão do Espírito : romper o lacre, como achar um “olho d’água”. Estava ali o tempo todo, mas não jorrava, não fluía, não atingia as regiões secas, desertas de nossa vida. Até que se rompe as barreiras.

Nascer da água e do Espírito - no nosso batismo recebemos o Espírito Santo. Na efusão do Espírito provocamos, permitimos o fluir livre do Espírito Santo. Vem à tona e manifesta o poder de Deus através dos dons e carismas. Regando o nosso coração antes seco de vida espiritual, faz nascer e crescer a santidade que produz os frutos do Espírito Santo (amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança - Gal 5, 22-23). É assim que do deserto brotam abundantes colheitas e de coração antes duros, maus, impuros brotam os frutos da santidade. Os santos foram feitos de irrigações do Espírito Santo.

3 relatos de Jesus no Evangelho de São João, comparando o Espírito à água:

Jo 3, 5 - 10 - Jesus ensina a Nicodemos : Nascer da água e do Espírito

Jo 4, 7 - 18 - Jesus revela à samaritana : o dom de Deus, a água viva, nos leva à mais profunda intimidade de adoração a Deus.

Jo 7, 37 - 39 - Jesus se revela o doador do dom - o batizador: "No último dia, que é o principal dia de festa, estava Jesus de pé e clamava: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva. Dizia isso, referindo-se ao Espírito que haviam de receber os que cressem nele, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda não tinha sido glorificado". (Jo 7,37-39)

Pelo poder do Espírito Santo, até nossas dores e sofrimentos mais profundos se tornam fonte de bênçãos. Como? Como um deserto que é irrigado e faz brotar a vida. Assim, nos desertos de nossa existência, o Espírito Santo faz germinar e frutificar bênçãos abundantes. Faça a experiência de orar pedindo a água viva do Espírito Santo em sua vida. Principalmente se você se sente “seco” sem motivações, sem esperança. Do seco, do nada de sua situação, Deus pelo poder do Espírito Santo fará brotar novas fontes de alegria, paz, amor, cura, perdão, amor... vida plena.

Faça esta oração, abaixo, rendendo todo teu ser ao Senhor da Vida:

A TI SENHOR

A Ti, Senhor entrego tudo o que sou. Recebe-me.

A Ti, Senhor, ofereço tudo o que tenho. Aceita-o.

A Ti, Senhor, dou todo o meu ser. Envolve-me.

A Ti, Senhor, ofereço toda a minha vontade. Pega-a.

A Ti, Senhor, submeto-me em obediência. Domina-me.

A Ti, Senhor, abro totalmente o meu coração. Entra nele.

A Ti, Senhor, peco amor. Ama-me.

A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Abraça-a. Amém!

terça-feira, 12 de abril de 2011

“Ir além do deserto”


Tome sua Bíblia no livro do Êxodo 3,1 - Moisés teve uma experiência poderosa com Deus depois que rompeu com os limites que seu medo impôs, indo além do deserto até chegar em Horeb, monte de Deus.

Romper limites humanos para andar na fé - para isso é preciso ter objetivos, metas, rumo e direção de Deus, ouvir seu chamado.

Deus não nos criou para a derrota, ou para uma vida medíocre - somos únicos para Deus, nossa resposta ao seu chamado na nossa existência é única, pessoal - somos eleitos entre 250 milhões de possibilidades no ventre de nossa mãe.

- Temos uma impressão digital que ninguém mais tem.

- Temos o desenho da íris de nossos olhos que mais ninguém terá.

- Temos um tom de voz que ninguém, mesmo imitando jamais conseguirá reproduzir identicamente.

- Temos um jeito de caminhar que é único, como uma marca pessoal que só nós temos, cada um de nós caminha de um jeito totalmente diferente dos outros.

Entre nós e Deus e o seu trono de graça há um deserto a ser vencido. Precisa ser vencido. Só vale a pena romper o deserto para se ter um encontro pessoal e definitivo com Deus. Este encontro deve mudar o rumo de nossas vidas

- Moisés fez esta experiência diante da Sarça Ardente.

- Pedro e os apóstolos medrosos tiveram a mesma experiência no Cenáculo, no dia de Pentecostes.

- Paulo, diante de Jesus, no caminho deserto para Damasco, caiu do cavalo e rompeu com seus preconceitos.

Que limites temos posto para a nossa fé não vingar mais plenamente? Humanamente somos limitados, mas existem limites doentios: traumas, medos, complexos, preconceitos, incredulidades, vícios, pecados.

Romper com as cadeias que nos prendem na derrota, na lamúria, nas trevas.

João Paulo II nosso Papa, como voz da Igreja, profeta de Deus gritou : “Duc in altum” , Avencem para águas mais profundas. O que fez Pedro pescar como nunca depois de uma noite de fracasso no trabalho foi este ir além que a fé pede. (Leia em Lucas 5,1-11)

Para vencer o deserto e ir além, até a montanha de Deus é preciso:

1 - Ter o mapa, aquilo que mostra o caminho, ilumina nossos passos: A PALAVRA DE DEUS é esta lâmpada, este mapa.

“Vossa Palavra é um facho que ilumina meus passos e uma luz em meu caminho.” Sl 118,105

“... por causa de tua palavra, lançarei a rede.” Lc 5,5. Pedro poderia ter voltado para casa frustrado por uma noite de sono perdida sem pescar nenhum peixe. Mas ousou acreditar no que Jesus lhe pedia para fazer. Ir mais além, para o fundo do lago e lançar as redes. Pedro, por ter agido conforme o que creu, viu a glória de Deus em sua vida. Mais que peixes que ele pescou, ele próprio foi ‘fisgado’ pelo amor de Deus em Jesus. E sua vida nunca mais foi a mesma...

2 - Ter um alvo, uma meta, um rumo, algo a alcançar. Para vencer o deserto, ter os olhos fixos em Jesus.Leia Mateus 14, 22 – 32. Mais uma vez Pedro, ao caminhar sobre as águas, distrai de Cristo e afunda bem diante de seu mestre e Senhor. O que nos move é a nossa FÉ. “Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus.” Hb 12,1 - “... prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo.” Fil 3, 13-14

3 - Para atravessar o deserto é preciso estar bem alimentado, fortalecido para as longas caminhadas e enfrentamentos. Precisamos da EUCARISTIA, E DOS OUTROS SACRAMENTOS : 1Rs 19,3ss - Elias caminha um dia de deserto fugindo dos seus inimigos, o que o motiva a andar é quem vem atrás dele (seus inimigos que querem matá-lo) e não quem está à sua frente o esperando (Javé, que o espera em Horeb). Assim ele desiste, e pede a morte (um quadro típico de depressão). Mas um anjo trás do céu a alimento de Deus para a caminhada, o Pão dos fortes (prefiguração da eucaristia) e Elias vence o deserto e chega ao monte de Deus: Horeb, onde tem um encontro poderoso com a glória de Deus (Teofania).

Nesta jornada rumo a Deus não estamos sós nem desamparados. Jesus se oferece nesta peregrinação para nos acompanhar:

a. como Caminho a ser percorrido: “Eu sou a caminho...” Jo 14,6

b. como luz para o caminho: “Eu sou a luz do mundo. quem me segue não andará em trevas.” Jo 8,12

c. como alimento: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.” Jo 6,35

Oremos para romper as fronteiras de nossa incredulidade (se creres verás a Glória de Deus). Vamos derrubar as muralhas de Jericó que impede a passagem para a terra das promessas. Clamemos a Deus que seja nosso alimento, nossa luz, nosso caminho no deserto, nosso companheiro de jornada. Supliquemos a Deus a cura de nossos bloqueios (traumas, medos, paralisias) e vamos dar o passo na fé. Senhor nós cremos mas aumentai a nossa fé!

domingo, 10 de abril de 2011

“Mesmo o enfermo diga: Eu sou guereiro!”


Jesus veio nos converter, mudar nossa vida e destino, nos dar vida em abundância, esperança de vida eterna. A primeira manifestação de Deus a nosso favor, para a nossa salvação foi através de sua palavra.

Se quer mudar sua vida, mude seu discurso. Mas não mude por qualquer palavra que aparente sabedoria. Vá à fonte da verdadeira sabedoria: Deus e sua Palavra Sagrada. Se quer mudar sua vida, mude-a a partir de suas palavras, tendo nos lábios, a Palavra de Deus. Não creia no que os outros dizem de você, mas creia no que Deus diz sobre você. Confesse sua Palavra com confiança. Isto é o que pede o próprio Deus. Colocamos aqui, em diferentes traduções o mesmo versículo do livro de Joel 4, 10:

“aquele que é fraco diga: sou um guerreiro!” (TEB)

“Diga o fraco: sou forte” (SBB)

“O covarde diga a si mesmo: sou valente!” (CNBB)

Diante de Deus, pelo poder de Deus, o fraco é guerreiro, o fraco é forte, o covarde é valente! Pedro, perto de seu mestre e Senhor Jesus, no Horto das Oliveiras, enfrentou sozinho um grupo de soldados do Templo, mas, longe de Jesus, Pedro tremeu diante de uma doméstica da casa de Caifás e negou três vezes o seu amado mestre. Deus e sua Palavra são um só. Sua Palavra, podemos levar para onde formos, nunca se afasta de nós, se não deixarmos. "Mas a justiça que vem da fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? Isto é, para trazer do alto o Cristo; ou: Quem descerá ao abismo? Isto é, para fazer voltar Cristo dentre os mortos. Que diz ela, afinal? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração. Essa é a palavra da fé, que pregamos". (Rm 10,6-8). Um grande exemplo de uma vida transformada pela palavra de poder de Deus vemos a seguir: A história de Gedeão : Jz 6, 1 - 25 (siga os comentários lendo os versículos indicados em sua Bíblia)

v.1 - israelitas pecam contra o Senhor. O início de toda tragédia humana está no pecado do homem.

v.2 - como conseqüência, são vítimas fáceis dos inimigos, ficam com medo, fogem, são roubados

v.6 - Mas, no meio de tudo isso, fazem algo correto, Clamam a Deus

v.7- 10 - Deus faz lembrar a aliança. Mostra o fundo espiritual dos sofrimentos dos israelitas. E mostra que a solução também vem de Deus

v.11-12 - o Anjo diz duas boas novas a Gedeão: 1º: O Senhor está contigo; 2º: Valente guerreiro (assim Deus o vê)

v.13 - Gedeão, incrédulo e medroso questiona a 1ª verdade

v.14 - O Senhor reforça a segunda verdade, declara Gedeão, um guerreiro valente:

v.15 - mais murmurações e incredulidades de Gedeão

v. 16 - mais palavras de ânimo do Senhor

Os 3 primeiros atos de Gedeão:

1º- Levantar um altar de reconciliação adoração, com o Deus Verdadeiro, Javé Shalom (Jz 6,22-24) ver tb. Jo14,27: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se pertube o vosso coração, nem se atemorize!” Reatar a Paz com nosso Deus.(Renovação das promessas do batismo)

2º- Destruir o altar dos demônios (Jz 6,25) - Remover as palavras impensadas de nossos lábios, mentes e corações. Desligar todos os símbolos com o maligno.

3º- Edificar um altar ao Deus Vedadeiro sobre o antigo e oferecer holocauto ( viver de acordo com o que se diz. Vida nova. Dizer com palavras o que já é verdade pela fé. Vivenciar a fé ) Eu sou o que meu Deus diz que eu sou.

Diga o fraco, sou forte. Esses três passos devem ser os nossos no caminho de viver uma vida nova:

_ Reconciliar-nos com Deus, também através do que sua Palavra nos tem dito e muitas vezes temos negado.

_ Destruir o altar dos demônios, que são as mentiras a nosso respeito, a respeito de Deus e dos outros, que cultuamos e guardamos. È tempo de mudar o discurso.

_ Dar a Deus o que é de Deus, nosso lábios puros, em louvor. Fazer de nossa voz um instrumento de comunhão com a vontade de Deus. Concordar com o que Deus diz de nós.

E já começamos agora: Diga comigo: "Eu sou o que meu Deus diz que eu sou. Sou forte, sou corajoso, sou guerreiro e em Cristo Jesus, meu Senhor e Salvador, sou mais que vencedor, pois, tudo posso naquele que me conforte e fortalece. Com meu Deus, farei proezas. Amém. Aleluia!

“Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: Eu cri: por isto falei (salmo 115,1), também nós cremos, e por isso falamos.” 2Cor4,13

“Andamos na fé e não na visão.” 2 Cor 5,7

sábado, 9 de abril de 2011

É hora de se decidir



fomos feitos por amor e para o amor

Fomos feitos por amor e para o amor. Amar é a essência da vida.
Muita gente, porém, pensa que o amor é somente um sentimento e, que brota naturalmente sem que a gente precise fazer nada. Não! Amar é, antes de tudo, um ato de vontade. É necessário querer amar. É preciso tomar a decisão de amar, de expressar amor pelas pessoas com as quais vivemos; de querer envolvê-las com sinais de amor, até mesmo surpreendê-las com as nossas manifestações de amor.

Aqueles que não foram amados, que não receberam amor, que não tiveram um ambiente caloroso de amor; aqueles que não foram envolvidos nesse clima de afeto partilhado, freqüentemente não sabem amar, não sabem expressar amor, não conseguem traduzir o amor em gestos. Não é que não existia amor neles: todos nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus amor. Há amor em nós, em todos nós.

O que essas pessoas não sabem é expressar o amor que há nelas. Não conseguem se manifestar em gestos de amor. Encabulam-se, inibem-se. Amar é resultado de aprendizagem. É preciso aprender a amar. Eles não receberam, não experimentaram, por isso não sabem amar, não sabem expressar amor.
E como se rompe esse círculo vicioso?

Decidindo-se a amar. É preciso que aconteça esse momento em nossa vida: a hora de decidir-se a amar, a manifestar amor em gestos concretos.

A gente aprende a amar amando. Na vida tudo é assim: a criança aprende a andar andando, aprende a falar falando. A gente aprende a cantar cantando, aprende a nadar nadando. Do mesmo modo, a gente só aprende a amar amando.

Mesmo se não tivermos a graça de viver num ambiente de amor, e por isso não aprendemos a amar, a manifestar amor, chega uma hora em que é preciso decidir. Chega o momento de começar a emitir sinais de amor.

É um momento importantíssimo, é uma hora de graça a hora em que a gente decide amar. Repito: amar é uma questão de decisão, é um ato de vontade. Principalmente expressar amor depende da nossa vontade. Começar a fazer gestos concretos de amor é resultado de uma decisão.

A hora é agora. Amar é uma coisa tão importante, é algo tão vital, que você não pode deixar para depois. Por que você não se decide agora? Por que você não toma a decisão de começar a fazer gestos de amor?

Não se assuste! Não se iniba. Não é nada difícil demais! É decidir-se e começar a fazer gestos de amor. Será como a criança que dá seus primeiros passos. É como começar a dizer as primeiras palavras. É assim que se começa. É assim que se aprende a amar. É assim que se rompe uma cadeia de morte, porque a Palavra de Deus diz claramente:
“Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte” (I Jo 3, 14)
are um momento. Decida-se a amar. Tome uma decisão de começar a fazer atos de amor. Vai ser a mais linda decisão da sua vida.

Não deixe para depois. Faça isso agora. Decida-se a amar! Decida-se a fazer atos concretos de amor! Decida-se!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Qual é a pior tristeza para o ser humano?

Assim como hoje, existiam, no tempo de Jesus, pessoas que ouviram Seus ensinamentos, presenciaram Seus milagres, mas mesmo assim tinham dúvidas. E eram judeus como Ele! Hoje, eles não acreditam que Jesus é, de fato, o Filho de Deus. E continuam esperando a primeira vinda do Messias Salvador, anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Também existem muitos não judeus que não acreditam que Cristo seja o Filho de Deus, nem acreditam em Seu poder. Se você é uma destas pessoas; no Evangelho de hoje Jesus fala diretamente para você!

Jesus cita dois profetas famosos e conhecidos de todos na época: João Batista e Moisés. Os dois vieram para anunciar a vinda do Messias Salvador. Pois bem, Cristo se apresenta como esse Messias! Quem não acreditar nesses dois profetas, também não acreditará no Senhor. Eles dão testemunho d’Ele. Mas o maior testemunho de Jesus é de que o próprio Pai O enviou. Mas quem de vocês já ouviu a voz de Deus? Deus Pai não fala da forma que conhecemos. Ele fala por meio dos milagres que Jesus realizou e realiza ainda hoje a quem Lhe pede.

Mas no Evangelho de hoje, Jesus não se dirige aos desentendidos. Ele se dirige àqueles que estudam a Bíblia, mas que mesmo assim não acreditam que Ele seja o Filho de Deus! E afirma categoricamente: “Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus.” Ou seja, quem não consegue enxergar os milagres realizados por Cristo como sendo obras de Deus Seu Pai é porque tem o coração endurecido. E num coração endurecido não existe o Amor. E se Deus é Amor, então essa pessoa não tem o Amor de Deus. Essa é a pior tristeza que um ser humano pode ter na vida: a falta do amor, que vem de Deus.

Há uma “sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que, desde antes dos séculos, o Todo-poderoso antecipadamente nos destinou”. Essa sabedoria de Deus é Cristo; Ele é “poder de Deus e sabedoria de Deus”. No Filho, com efeito, “encontram-se escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”; oculto no mistério, destinado previamente, desde antes dos séculos, Cristo é o que foi predestinado e prefigurado na Lei e nos profetas. Por isso, os profetas tinham o nome de “videntes”; viam Aquele que estava escondido e desconhecido dos outros. Também Abraão “viu o seu dia e rejubilou”. Para Ezequiel, os céus abriram-se, enquanto para o povo pecador estes permaneciam cerrados. “Retirai o véu de cima dos meus olhos, diz Davi, e contemplarei as maravilhas da vossa Lei“. Na verdade, a Lei é espiritual e, para compreendê-la, é preciso que seja “afastado o véu” e que “a glória de Deus seja contemplada de rosto descoberto”.

O Apocalipse mostra-se um livro fechado com sete selos. Quantos homens hoje, que se pretendem instruídos, têm nas mãos um Livro selado! São incapazes de o abrir, a menos que seja aberto por “Aquele que tem a chave de Davi; se Ele o abrir, ninguém o fechará e, se Ele fechar, ninguém o abrirá”. Nos Atos dos Apóstolos, o eunuco lia o profeta Isaías; contudo, ignorava Aquele a quem venerava no livro sem O conhecer. Surge Filipe: mostra-nos o Pai e isso nos basta! Jesus mostra-lhe oculto pela letra: há tanto tempo que estou convosco e não me conheces? Eu e o Pai somos Um.

Compreende, pois, que não podes comprometer-te com as Sagradas Escrituras sem teres um guia que te mostre o caminho. E este guia é a Palavra de Deus. Não espere outros sinais. Em Jesus tu tens tudo o que precisas para ser feliz para sempre. Se ainda tens dúvidas eu mostro-te o Caminho. Hoje, Jesus bate à tua porta e diz: “Venha e siga-me, pois Eu e o Pai somos um. Venha que te mostrarei o caminho que te conduz à Vida Eterna”.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Deus não aceita ser o segundo na nossa vida

por Prof Felipe Aquino

Obedecendo aos Seus Mandamentos o homem será feliz e abençoado

"Amar a Deus sobre todas as coisas"; isto é, "amarás a Iahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força" (Dt 6,4). Esse amor a Iahweh se manifesta exatamente na obediência aos Mandamentos:

"Andareis em todo o caminho que Iahweh vosso Deus vos ordenou, para que vivais, sendo felizes e prolongando os vossos dias na terra que ides conquistar" (Dt 5,33). E Deus Pai manda que os Seus Mandamentos sejam observados pelos filhos e gravados profundamente no coração:

"Que essas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração! Tú as inculcurás a teus filhos, e deles falarás sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu as atarás à tua mão como um sinal, e serão como um frontal ante os teus olhos; tu as escreverás nos umbrais da tua casa, e nas tuas portas" (Dt 6,6s).

São palavras muito fortes que nos mostram, com clareza, que sem a observância dos Mandamentos de Deus ninguém será feliz sobre a terra. Basta olhar toda a miséria do nosso mundo, todas as suas lágrimas e dores, e será fácil constatar por que tudo isso ocorre; simplesmente porque o homem não quer cumprir os Mandamentos de Deus. Aquelas Dez Palavras (cf. Dt 4,13.21), que o Senhor deu a Moisés, escritas com o próprio dedo para significar a Aliança com aquele povo.
Que bom se cada um de nós escrevéssemos essas Dez Palavras no íntimo do coração para jamais esquecê-las!

Quando Deus acabou de proclamar as Suas Leis ao povo, sinal da Aliança, disse-lhes finalmente:

"Vede: hoje estou colocando a bênção e a maldição diante de vós: A bênção, se observardes aos mandamentos de Iahweh vosso Deus que hoje vos ordeno; a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos de Iahweh vosso Deus, desviando-vos do caminho que hoje vos ordeno [...]" (Dt 11,26-28).

E as bênçãos que Deus Todo-poderoso promete são abundantes:

"Se, de fato, obedecerdes aos mandamentos que hoje vos ordeno, amando a Iahweh vosso Deus e servindo-o com todo o vosso coração e com toda a vossa alma, darei chuva para a vossa terra no tempo certo: chuvas de outono e de primavera. Poderás assim recolher teu trigo, teu vinho novo e teu óleo; darei erva no campo para o teu rebanho, de modo que poderás comer e ficar saciado" (Dt 11.13-15; Lv 26; Dt 28).

Por outro lado, as maldições pesariam sobre o povo se este fosse infiel a Iahweh, não observando os Seus Mandamentos:

"Contudo, ficai atentos a vós mesmos, para que o vosso coração não se deixe seduzir e não vos desvieis para outros deuses ... não haveria mais chuva e a terra não daria o seu produto; deste modo desapareceríeis rapidamente da boa terra que Iahweh te dá" (Dt 11,16-17). "Porei sobre vós o terror, o definhamento e a febre [...]. Em vão semeareis a vossa semente, porque os vossos inimigos a comerão. Voltar-me-ei contra vós e sereis derrotados pelos vossos inimigos[...]" (Lv 26,14s). E a lista de bênçãos e maldições é longa... Veja Deuteronômio 28. A escolha depende de cada um de nós...

A Moral católica está fundamentada nos Dez Mandamentos; por isso, a grande necessidade de serem observados. Toda a terceira parte do Catecismo da Igreja Católica ensina sobre isso.

A Lei de Deus está registrada nos Mandamentos do Senhor. Sendo obedientes a eles o homem será feliz e abençoado. Santo Agostinho afirma que Deus os escreveu nas duas pedras, porque o homem já não os conseguia ler em seu coração, endurecido pelo pecado.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Senhor te faz digno

por Pe. Jonas

Tendo Jesus navegado outra vez para a margem oposta, de novo afluiu a ele uma grande multidão. Ele se achava à beira do mar, quando um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se-lhe aos pés, rogando-lhe com insistência: 'Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva'."Mc 5, 21ss

Jesus está cercado de uma multidão quando Jairo, chefe da sinagoga, se aproxima d’Ele, e se prostra pedindo que o Senhor imponha as mãos sobre sua filha que estava doente, para que esta fosse curada. Então, Jesus se põe a caminho da casa de Jairo. E, no meio do caminho, Ele encontra uma mulher que sofria de hemorragia, e mesmo diante da sua situação, deixou nascer um propósito em seu coração.

"Dizia ela consigo: Se tocar, ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada". (vers. 28).

Imagine você, principalmente mulher, passar por uma situação como a dela. Para os judeus, a mulher, quando estava menstruada, era considerada impura e o homem nem mesmo a poderia tocar. Para eles, durante o tempo da impureza a pessoa estava longe de Deus. Imagine aquela mulher, há doze anos longe de Deus e sendo considerada impura! Na mentalidade dela e dos outros, estava impura e tudo que ela tocasse ficaria impuro.

Ela sabia que não podia tocar Jesus, pois em sua mente sentia indigna. Mas, o coração dela a impulsionava a tocar nas vestes de Jesus.

Veja o que acontece: "Jesus percebeu imediatamente que saíra dele uma força e, voltando-se para o povo, perguntou: Quem tocou minhas vestes?" (Vers. 30)

Você entende o drama daquela mulher? Ela pensava que era a causadora deste mal. O que ela faz?

"Responderam-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou? E ele olhava em derredor para ver quem o fizera. Ora, a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se-lhe aos pés e contou-lhe toda a verdade." (vers. 31-33)

Ela dizia constantemente a si mesma: "A culpada sou eu, eu sou a impura, há doze anos eu estou com esta impureza". E como Jesus respondeu ao relato cheio de aflição daquela mulher? Veja qual foi a resposta do Senhor:

"Mas Ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal". (vers. 34)

A primeira coisa foi chamá-la de filha, não a chamou de mulher, não chamou de uma maneira genérica, mas de filha.

O Senhor Jesus está no meio de nós, pois estamos reunidos aqui com pelo menos 15 mil pessoas. Apenas não o vemos, não o tocamos mas, sabemos que Ele está no meio de nós.

Diga: "Ele está no meio de nós e me chama de meu filho. Realmente Senhor, eis aqui o teu filho, obrigado porque me chamas de filho. Eu declaro eu sou o teu filho, Senhor. Obrigado porque tenho alguém que me ama. Eis aqui o teu filho Senhor!"

O que a levou a tocar no manto de Jesus? Ela não foi levada pela sua cabeça, pois se achava impura. Não foi pelos sentimentos, pois ela se achava indigna e culpada. Ela tocou na orla de Jesus, levada pela sua fé. E o Senhor declarou: "Filha tua fé te salvou".

Diga: a minha fé deve me salvar, Senhor. Não quero me deixar guiar pela minha cabeça, nem pelos meus sentimentos, nem pelas minhas emoções. Eu sei que Tu estás aqui e que podes todas as coisas. Se queres, podes trazer a solução para os meus problemas. Para Ti não há problema sem solução. Que eu seja movido pela fé.

A palavra de Jesus foi essa: "Filha a tua fé te salvou, vai em paz e sê curada do teu mal". Sabe, Jesus quer que saiamos, já nesta manhã com esta palavra realizada em nossas vidas. Creia: Jesus vai te abençoar. Ninguém vai escapar das graças de Deus. Há uma cruz agora sobre a tua casa, uma cruz vermelha sobre tua família, sobre você, aí onde você está. A cruz vermelha do sangue de Jesus está sobre você!

Aquela mulher se sentia indigna, se sentia assim até mesmo diante de Deus. Ela se sentia, indigna, indigna, indigna. Se sentia indigna e culpada. As pessoas costumam se sentir indignos e culpados.

No nosso meio, existe uma multidão de pessoas que se sentem indignas e culpadas. Saiba, estes dois sentimentos fazem muito mal para a alma.

Não podemos nos desconectar de Deus. Quando nós nos sentimos indignos diante do Senhor, este sentimento vai nos desconectando, vai nos estragando. E quantas passoas, por se sentirem assim foram perdendo a dignidade e achando até que Deus não as ouve mais, não as ama mais...

O Senhor está dizendo: "Filho, filha, tua fé te salvou".

Infelizmente, a cabeça acusa e enquanto o padre fala a sua mente vai te macerando. O verbo macerar é muito forte. Macerar é você pegar, por exemplo, pétalas e amassar, estragar. O sentimento de indignidade faz isso em nós. Jesus está dizendo: "eu não estou te chamando de indigno, mas de filho".

Não escute tua cabeça, ela é louca, os teus sentimentos também são loucos. Eles vão te levar para o buraco, eles vão macerar você. Os teus sentimentos não podem conspirar contra você. A tentação pega um conduto: a sintonia dos nossos sentimentos e emoções para macerar.

Há partes muito boas em você, ainda há partes santas em você. Não deixe que a tentação acabe e macere você. Jesus está te dizendo: "Filho, filha tua fé precisa te salvar, não dê ouvidos aos teus pensamentos e sentimentos de inferioridade".

Para dizer a verdade, nenhum de nós é digno. O que dizemos antes da comunhão? "Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas se dizei uma palavra eu serei salvo". O centurião disse em relação a sua casa, mas nós dizemos em relação a nossa alma, pois é lá que Jesus vai habitar. Todos nós somos indignos e eu sou o primeiro, mas Jesus não quer que a tentação pise em cima de nós. O demônio não pode mais fazer isso com você.

Jesus está dizendo para você: "vai em paz e sê curado do teu mal". Eu não sou digno, mas o Senhor me faz digno.

Nós somos culpados, somos réus, devíamos ser condenados por causa de nossos pecados. Mas, Ele está aí fiel, é justo para nos purificar de toda a iniqüidade. O inimigo pega a nossa cabeça e bagunça tudo, nos deixa cegos.

Você não pode permitir que isso aconteça. Ajude o Senhor a realinhar tudo, arrumar tudo, coopere com o Senhor. Quando reconhecemos os nossos pecados, Deus está pronto para nos perdoar os pecados e nos justificar.

Mas, muitas vezes não nos deixamos perdoar. Ele estava pronto para me perdoar, mas eu não permiti. A nossa fé diz que Deus nos perdoa, porém infelizmente não vamos pela fé.

Lembra daquela cruz vermelha? Diga: "Sobre minha vida está cruz e o sangue de Jesus. Uso a fé e não a cabeça. Me rendo diante do Senhor, me rendo diante do Senhor..."

terça-feira, 5 de abril de 2011

Eucaristia e confissão, armas contra a tentação

Uma grande tentação é não fazer a vontade de Deus

Tua Palavra, Senhor, é mais penetrante que uma espada de dois gumes. Toca-nos, agora, Senhor, para que Tua Palavra possa trazer a vitória sobre qualquer espírito mau que queira nos enganar.

Eu acho que todos devem saber o que os romanos faziam quando derrotavam um império ou um general. O vencedor entrava de forma triunfante em Roma. E em meio àquela entrada triunfal, o general era aplaudido e louvado. E o general derrotado era amarrado à carruagem do vencedor. E isso era o máximo de humilhação para quem que havia sido derrotado.

Se olharmos Colossenses, veremos que São Paulo usa esse mesmo fato para falar da derrota do inimigo de Deus. Já foi dito várias vezes que o demônio já foi derrotado. Não precisamos temer nada. É verdade que o maligno é como um leão que ruge à nossa volta, tentando achar uma brecha e nos devorar. Mas por que ele continua a entrar nesse campo de batalha, uma vez que já foi derrotado? A intenção dele é diminuir a força do reinado de Jesus. Satanás continua a tentar enfraquecer aqueles filhos e filhas de Deus que fazem parte do Reino de Deus. E a experiência de muitos é esta: "Por que depois que comecei a seguir Jesus tenho mais tentações, me sinto mais oprimido que antes e tenho mais crises?"

Muitas pessoas, muitos cristãos, uma vez que tomam a decisão de seguir ao Senhor pensam que vão ter uma vida mais tranquila. Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem interesse em atacar os que não são seguidores de Jesus. O interesse dele é colocar obstáculos na vida daqueles que decidiram seguir o Senhor. Os cristãos são as pessoas mais atacadas. Até os santos foram perseguidos.

Seguir Jesus, num momento de entusiasmo, é fácil, mas continuar O seguindo nos momentos de sofrimento é difícil. Mas existe uma coisa, uma técnica que frequentemente o demônio usa para nos atacar: o desânimo, o desencorajamento. O inimigo de Deus virá tentá-lo quando você estiver se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansioso e triste. Ele é como um rato dentro em um duto. Você não o vê. Ele age durante à noite, esconde-se sem que ninguém o veja. Mas se você derramar uma chaleira de água quente lá onde ele está, ele vai ter de sair do buraco. Quanto mais louvamos a Deus, tanto mais o maligno não consegue suportar isso e foge.

O desânimo não vem de Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de seguir em frente.

Não temos por que temer o diabo, pois ele já foi derrotado. Ele é que tem de ter medo de você e de mim! A razão para isso é simples: nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros do Reino de Altíssimo. O maligno tem muita raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é dado para nós. Ele tem raiva e ódio de nós por causa disso. Ele odeia a cada um de nós. E faz tudo para nos enganar, para que voltemos desencorajados e desanimados. Ele tenta nos enganar de várias maneiras.

É nosso papel lutar contra essas táticas que inimigo de Deus utiliza para nos desanimar. Outra tática usada por ele é nos apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso, enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.

O maligno diz que, por causa dos seus pecados, você não consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo. E faz de tudo para que nós saiamos do caminho da vontade do Senhor. Muitas vezes, nós pensamos que tentações são apenas relacionadas ao sexo, à raiva, a sentimentos de ódio e vingança. Essas são grandes tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação que é não fazer a vontade de Deus. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao Pai, quando O levou ao alto do monte e mostrou-Lhe as cidades, dizendo-Lhe que elas pertenciam a Ele.

Irmãos e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós usarmos as armas certas não precisaremos ter medo nenhum. A primeira arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante do Corpo de Cristo, porque é sinal de humildade, enquanto ele luta para ter poder. Jesus Cristo quis, por um momento, aniquilar a Si mesmo, entrando nas espécies do pão e do vinho para ficar perto de nós. Uma outra arma forte contra o maligno é o sacramento da confissão, que é mais poderoso do que a própria oração do exorcismo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O demônio existe?

Ele é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças

por Prof. Felipe Aquino


Não há dúvida sobre isso, ele existe. A Igreja diz que sim; e esta realidade é atestada pela Bíblia, pela Tradição dos Apóstolos e pelo Magistério sagrado da Igreja. Os santos confirmam a existência dele também. Não há um só santo que não tenha acreditado no demônio. Seria preciso destruir a Igreja e o Cristianismo, desde as suas raízes, para negar a existência do demônio.
No entanto, inacreditavelmente, ainda encontramos pessoas na Igreja, mesmo sacerdotes e teólogos que, em oposição ao que a Igreja ensina, têm a coragem e a desonestidade de ensinar que satanás não existe. É uma grande e terrível heresia. Por isso mesmo, em 15/11/1972 em uma Audiência, Papa Paulo VI fez a famosa Alocução "Livrai-nos do mal", na qual falou da existência do demônio e de sua ação perversa.
O saudoso Sumo Pontífice começou perguntando: “Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja?” E ele mesmo responde: “Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos demônio”. Paulo VI mostra que a realidade do pecado é uma ação perversa deste mal; “o efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo, o demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha”. E deixou claro que estão em desacordo com o ensinamento da Igreja todos aqueles que negam a existência do demônio:
“Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência desta realidade; ou melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudo-realidade, como uma personi­ficação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças”.
O mesmo Papa afirma que o demônio é a origem de todo o pecado que entrou no mundo: “O demônio é a origem da primeira desgraça da huma­nidade; foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com aquela falta de Adão, o demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo nos pode libertar”.
“Ele é o pér­fido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós atra­vés dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica, ou de desordenados contatos sociais na realização de nossa obra, para introduzir neles desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou às nossas profundas aspirações instintivas”.
“Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana”.
Paulo VI ensina que nem todo pecado é obra direta do demônio, mas lembra-nos que “aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do “mysterium iniquita­tis”, ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna pro­blemática a alternativa da nossa salvação”.
O maior serviço que alguém pode prestar ao demônio é ensinar que ele não existe; assim, os fiéis não se defendem contra ele, e se tornam suas vítimas fáceis.

sábado, 2 de abril de 2011

Vivendo uma Verdadeira Quaresma


por Comunidade Shalom

Vamos ler juntos o Evangelho de São Lucas 4,1-12 (Quando Jesus esteve no deserto).

Nesta pequena motivação que vamos fazer agora, nós queremos mergulhar nesta palavra, pois a partir de amanhã se aproxima um tempo muito precioso para nossa Igreja. É a Quaresma. É um retiro no qual imitamos o senhor Jesus, vivendo o mistério que Ele viveu. E se nós queremos uma primeira direção, é exatamente esse versículo. Ele, conduzido pelo Espírito Santo, atravessou o deserto. Aqui começamos a entender qual o projeto de Deus. O projeto de Deus para nós nesse período. Nesses dias falamos de santidade, e desse novo ardor na evangelização. Tanto você que é “o Imaculado” como “o orgulhoso” que está seu lado, sabe das nossas fraquezas. Assumimos quem nós somos: Imaculados ou orgulhosos. Mas a nossa alma deseja esse encontro com Deus e pergunta: “Senhor eu não te encontro. Por que te ocultas? Por que te escondes?” Muitas vezes buscamos a Deus assim. Ele se esconde. Quando você diz isso, Ele responde: “Eu me escondo pra você me procurar melhor. Para que sua busca seja mais saudável. E para que você me encontre de fato”. Onde eu te procuro quando vc se esconde? “Nas profundezas da sua alma. No segredo do seu coração. Onde eu gosto de me refugiar”.

Quando pensamos em Quaresma, achamos que é penitência, jejum, deixar de tomar coca-cola, deixar de ir pro "Shaika", não tomar sorvete, andar 10 quarteirões em vez de 8. Achamos que é isso. Ficamos num ritualismo. Deus se esconde na nossa alma. Muitos santos aproveitavam a Quaresma para uma profunda conversão, Kenosys. Um profundo esvaziamento espiritual. Há revisão de vida, penitência, esmola, caridade, mas nós precisamos que o esconderijo preferido de Jesus seja no íntimo do nosso coração.

Onde é o esconderijo de Jesus? Na intimidade do seu (teu) coração. Para uma boa Quaresma, fazemos o silêncio. Este vale mais que o jejum. Faz aí pro “imaculado”, fecha a boca dele. Não é ser um grosso, e parar de dizer “Oi, tudo bem” ou “Como vai?”. Período de Quaresma é período de silêncio. Para podermos escutar a Deus. Jejum da língua. Lembra da língua? Onde ela leva? Pro inferno! Se não tomar cuidado. Faça jejum da língua. Se retire em silêncio nesta Quaresma. Deixe que os outros falem. Deixe principalmente que Deus fale. Deixe esse propósito ser de dentro pra fora. A vontade de Deus tem que calar o nosso coração. Silêncio. Esse é o primeiro aspecto para escutar mais a Deus. A gente começa a entender um pouco das tentações de Jesus no deserto. A sede de querer "fazer" (fazer muitas coisas, agir, produzir). Mesmo no reino de Deus queremos "fazer" para mostrar para os outros que sabemos "fazer". É preciso este escutar de Deus para que essa sede de poder perca suas forças. Cuidado, o demônio quis oferecer o poder até para quem era O Poder.

O silêncio nos interioriza mais. E sabemos de onde vem os pensamentos. Há uma tendência dos pensamentos virem de quem nos ama, Deus. Nesse período de retiro, vamos buscar o silêncio do nosso interior. Você tem noção de como fazer isto? Fale aí pro “orgulhoso do teu lado”. Lembre-se de que Elias procurou Deus no vendaval, mas só O encontrou na brisa suave.

Não fale das pessoas. Não fale mal das pessoas. Não fale mal das pessoas. Não fale mal das pessoas. Não fale mal das pessoas. Diz isso pro orgulhoso. Não falar mal da Igreja. Não falar mal do pároco. Não falar mal do seu grupo de oração. Não falar mal da sua comunidade. Porque quando fazemos isso, nos colocamos no lugar do fariseu. Na Quaresma, Deus se decide por nós. Por cada um dos fiéis. Para que eles possam viver a mesma experiência que Ele viveu. É sem duvida um período de muita tentação. Muita tentação. Deixe que os outros sejam no nosso grupo, na comunidade, o que nós queremos ser. Às pessoas que estão ali escondidas, dê oportunidade.

Outro aspecto da Quaresma são as armas espirituais que Deus nos dá. Precisamos começar a entender (ou recobrar na nossa memória) que nós vivemos uma realidade espiritual e o demônio não quer uma alma consagrada a Deus. Não quer que uma alma encontre seu amado. E não querendo, vai fazer de tudo para que a alma não se encontre com Deus. Vai faz de tudo para que viva na periferia espiritual.

O jejum é uma arma fortíssima. Geralmente deixamos de comer, comendo pão e água. Se você fosse comer, o prato estaria na mesa. Você está no centro da cidade, horário do almoço, restaurante, fila, trabalho. Pega as comidas mais gostosas, coloque numa quentinha e leve para o pobre. Não que isso vá levar você pro Céu, só fazendo isso. Mas é um exercício para lhe lembrar que existem necessitados. É o melhor jejum que existe. Pega o prato de comida e dá pro necessitado. Quem quiser fazer mais, senta com ele e come com ele. Teve uma vez na comunidade que fomos comer com os mendigos. O mendigo deu a primeira colherada e lambeu a colher.

“Porque você tá me dando essa comida?”
“Por que você é muito importante.”
“Pois coma comigo.” E deu a colher.
“........"

Os católicos não vivenciam como é preciso as Quaresmas. As Igrejas estão esvaziando no período da Quaresma. O sacrifício vai nos levar a essa libertação. Escolha um dia. Geralmente as pessoas fazem na sexta feira. A nossa comunidade (Shalom) faz na sexta, por costume. É um dia de alegria. É uma dor feliz. Não pode ser um dia de tristeza. Não é a visão do Antigo testamento, mas do Novo. O dia do jejum é um dia de alegria, pois nos decidimos contra o pecado. O jejum vai nos levar a isso. Não fique com esse “jejum de Zona Sul do Rio de Janeiro”. “Eu vou deixar de comer aquela torta de maçã?” Cale sua boca e pare com isso, pois sua torta não vai valer de nada. Agora o pessoal da “Zona Norte deve estar pensando: "Graças a Deus, nem estou dizendo isso.(risos)" Bem, se pensou isso então é porque não entendeu nada.

A outra coisa é a confissão. Fale aí com o orgulhoso. Pegue um papel em branco e você vai dá-lo pro chefe. Depois pra sua tia, pro marido, pros filhos... E diga: “diga o que você pensa de mim com sinceridade”. Entrega para seus amigos e inimigos. Para os que são da comunidade, entregue para os formadores. “Ajude-me, por favor, a ser santo. O que é preciso melhorar?” Ponha tudo no liqüidificador e toma. Depois vá ao sacerdote. Faça um combate frontal contra seu orgulho. Escreva suas raízes, pecados. Fale no espelho feito doido. Converse mais com você mesmo. Depois vá para Deus. Aprofunde o máximo para fazer uma boa confissão. Não uma "confissãozinha" qualquer. Há quem tenha vergonha de usar cruz na confissão ou procura padre cego para confessar. Pode-se até procurar, mas qual o motivo? Não seja hipócrita diante do sacerdote. O que eu faço? "Ah, eu Na Quaresma, "eu" me confesso todas as semanas". Se confesse à luz do Espírito de Deus. Fala com o "orgulhoso" e pergunta se ele está a fim de se confessar toda semana ou todo dia.

O melhor lugar onde podemos estar e assumir é o da pecadora (a pecadora arrependida aos pés de Jesus, cf Lc 7). Pois ela foi aos pés de Jesus e se arrependeu. Um perfeito arrependimento. No Antigo Testamento, Deus trata do seu povo como sua esposa. Uma das coisas que Ele abomina é a esposa infiel. A traição é uma coisa que marca as pessoas. É uma coisa triste. É um defeito de personalidade. Imagine quando casar do que será capaz. Coloque diante do senhor seus pecados. O que o orgulhoso disse quando você perguntou? Faça uma revisão de vida, com papel, se retirando para orar. Adore ao Santíssimo.

Vamos entrar em algumas outras armas. A esmola, visitar os doentes. Não como um ritualismo. Vamos fazer penitencia. Não só da torta de maçã. Faça uma lista das pessoas que você precisa perdoar. Mas não na frente das pessoas. Não uma coisa pública. De preferência no seu coração e demonstrar que perdoou. Faça uma lista e coloque diariamente na Quaresma.

Por fim, queria falar sobre a Semana Santa. O Brasil que se diz católico está dessacralizado. As pessoas só pensam em lazer e descanso. As famílias querem viajar para visitar os familiares. É a semana mais importante da História da humanidade, e eles querem folga. Perderam a dimensão do sacrifício e do mistério de Cristo. A gente faz retiro e não vai ninguém no retiro. As Igrejas vazias. Paróquias vazias. Pessoas querem a festa da páscoa. “Peixe. O melhor peixe. Um tubarão! Ao molho de camarão! Na boca do tubarão saindo uma lagosta!” E quem não tem deseja ter. Isso tudo é fruto de um capitalismo barato. Precisamos de conversão. Vale mais você visitar os pobres do que ir pra uma ceia. Uma refeição você tem todo dia e todo domingo. São os necessitados que precisam de mim, da minha visita. A visita vai despertar em você algo. Semana Santa é tempo de evangelização. Para gente ir para nossa Igreja, paróquia, se envolver e viver os mistérios. É um período bom pra gente. Nas férias, aí sim, é praia, curtir, você vai para Angra... O Brasil está dessacralizado! Não estou sendo radical. Estou sendo realista. Nós católicos precisamos viver a nossa fé.

Faça uma guerra contra seu pecado e um encontro com a misericórdia. Os supermercados do Céu estão abertos no período da Quaresma. Não é um encontro com a desgraça. Não deixe passar batido. Lembre-se, Jesus foi conduzido pelo Espírito pelo deserto. Conduzido, através. Não para ficar no deserto. A Quaresma deve ser conduzido pelo espírito para não ser um ritualismo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

As ameaças contra a família

Por prof. Felipe Aquino

No Sínodo dos Bispos, em 1980, sobre a família, os Bispos apontaram os pontos mais preocupantes: "A proliferação do divórcio e do recurso a uma nova união por parte dos mesmos fiéis; a aceitação do matrimônio meramente civil, em contradição com a vocação dos batizados 'a casarem-se no Senhor' (1 Cor7, 39), a celebração do matrimônio sem uma fé viva, mas por outros motivos; a recusa das normas morais que guiam e promovem o exercício humano e cristão da sexualidade no matrimônio" (Familiaris Consórtio,7).

Na Carta às Famílias, escrita em 1994, no Ano da Família, o Papa João Paulo II afirmou:

"Nos nossos dias, infelizmente, vários programas sustentados por meios muito poderosos parecem apostados na desagregação da família. Muitas vezes até parece que se procura, de todas as formas possíveis, apresentar como 'regulares' e atraentes, conferindo-lhes externas aparências de fascínio, situações que, de fato, são 'irregulares' [...]. Fica obscurecida a consciência moral, aparece deformado o que é verdadeiro, bom e belo, e a liberdade acaba suplantada por uma verdadeira e própria escravidão" (CF, 5).

Mostrando que a mentalidade consumista e antinatalista é uma ameaça à família, o saudoso Pontífice declara:
"(...) uma civilização, inspirada numa mentalidade consumista e antinatalista, não é uma civilização do amor e nem o poderá ser nunca. (FC 13).

Mostrando os riscos que o "amor livre" e o "sexo seguro" representam hoje para a família, o Santo Padre adverte:

"O chamado 'sexo seguro', propagandeado pela civilização técnica, na realidade é, sob o perfil das exigências globais da pessoa, 'radicalmente não seguro', e mais, gravemente perigoso.

"Sem dúvida, contrário à civilização do amor é o chamado 'amor livre', tanto mais perigoso por ser habitualmente proposto como fruto de um sentimento 'verdadeiro', quando, efetivamente destrói o amor. Quantas famílias foram levadas à ruína precisamente por causa do 'amor livre! [...]. Mas não se tomam em consideração todas as consequências que daí derivam, especialmente, quando além do cônjuge, devem pagá-los os filhos, privados do pai ou da mãe e condenados a serem, de fato, 'órfãos de pais vivos' " (CF, 14).

Quando, em 1994, justo no Ano da Família (pasmem!), o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, João Paulo II reagiu de maneira forte e imediata:

"Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar-se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral [...]. Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação" (20/02/94).

O pior problema, hoje, das famílias desestruturadas, não é de ordem financeira, mas moral. Quando os pais têm caráter, fé, ou como o povo diz: "tem vergonha na cara", por mais pobre que seja, será capaz de impedir a destruição do seu lar. São inúmeros os casais pobres, mas que com uma vida honesta, de trabalho e honradez, educaram muitos filhos e formaram bons cristãos e honestos cidadãos.

Não consigo aceitar a desculpa de um pai ao afirmar que a sua família se destruiu por causa da sua pobreza. Sempre haverá alguém com o coração aberto para ajudar um pai trabalhador, especialmente quando este tem filhos para criar.

Na Exortação Apostólica Familiaris Consórtio (Sobre a Família), o Papa João Paulo II apontou os graves perigos que ameaçam hoje a família:

"Não faltam sinais de degradação preocupante de alguns valores fundamentais: uma errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si; as graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos [...]. O número crescente dos divórcios; a praga do aborto; o recurso cada vez mais frequente à esterilização; a instauração de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva" (FC, 6).

A Declaração do Rio de Janeiro sobre a Família, que traz as conclusões do Congresso Teológico-Pastoral, realizado em 3 de outubro, denunciou:

"A família está sob a mira de ataque em muitas nações. Uma ideologia antifamília tem sido promovida por organizações e indivíduos que, muitas vezes, não obedecem a princípios democráticos" (1.1).

"Temos testemunhado uma guerra contra a família, em nível tanto nacional quanto internacional. Nesta década, em Conferências das Nações Unidas, têm sido vistas tentativas para 'desconstruir' a família, de forma que o sentido de 'casamento', 'família' e 'maternidade' é agora contestado. Tem sido estabelecida uma falsa posição entre os direitos da família e os de seus membros individuais. Sob o nome de liberdade, têm sido promovidos 'direitos sexuais' espúrios e 'direitos de reprodução'. Entretanto, estes direitos estão, de fato, principalmente, a serviço do controle populacional. São inspiradas em teorias científicas em descrédito, num feminismo ultrapassado e numa mal direcionada preocupação com o meio ambiente" (1.2).

"Uma linha social-materialista, ao lado do egoísmo e da responsabilidade, contribui para a dissolução da família, deixando uma multidão de vítimas indefesas. A família está sofrendo com a desvalorização do casamento através do divórcio, da deserção e da coabitação [...]. Tanto a violência contra as mulheres aumenta, como a violência do aborto; o infanticídio e a eutanásia calam fundo no coração da família. Na verdade, as famílias de hoje estão ameaçadas por uma sub-reptícia cultura da morte" (1.4).

"A dissolução da família é uma das maiores causas da pobreza em muitas sociedades [...]" (1.5).

"A família é o 'santuário da vida'. Seu compromisso com a proteção e a nutrição da vida, desde o momento da concepção, é preenchido verdadeiramente com a paternidade responsável" (3.3).

Esses alertas do Papa e do Congresso Teológico são seríssimos e devem colocar cada cristão em prontidão para uma verdadeira cruzada em defesa da família, ameaçada até pela ONU!