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'SE CALAREM AS VOZES DOS PROFETAS AS PEDRAS FALARÃO'








quarta-feira, 19 de maio de 2010

Precisamos do Espírito Santo

Que é o homem sem o Espírito de Deus? Obra morta condenada ao fracasso, corpo sem vida. É o Espírito Santo que possibilita ao homem a reinstalação no paraíso, a subida de novo aos céus, o retorno a adoção de filho. Ele que nos permite chamar Deus de Pai, que nos faz adentrar no mistério de Cristo morto e ressuscitado, nos faz tomar parte na glória.

Esta é a mística de Pentecostes: Deus em nós! O Espírito de Deus é enviado ao nosso espírito. Isto é a graça! Deus mora em nós e nos possibilita a viver como homens espirituais!

Ele é o Consolador perfeito e o Advogado dos pobres! O ardor poderoso do Espírito retira as almas tíbias do abismo da morte. Ele é, conforme a mais antiga definição de fé da Igreja, o “Senhor que dá a Vida”.

Espírito escondido na criação, anunciado pelos profetas, prometido por Cristo é o mesmo Espírito derramado em abundância sobre os apóstolos e a Igreja que nascia como nos descreve o Livro dos Atos dos Apóstolos. Pentecostes não acabou! É um movimento divino permanente! Enquanto houver um homem que precise da força de Deus, o Espírito deseja ser derramado sobre esta alma. Espera apenas um convite: “Vem!”

Nossa união com o Espírito Santo é absolutamente real, a tal ponto de tornar-se Ele verdadeiramente “nosso”. Ser movido pelo Espírito é, com efeito, atingir uma intimidade com Cristo e o Pai, que de outra maneira nunca seria adquirida. É preciso aproveitar este derramamento do Espírito e este tempo pentecostal que vivemos tão fortemente na Igreja de Cristo no início deste novo milênio. Visitados, inundados e transformados pelo Espírito queremos sempre permanecer. Como Elena Guerra, queremos orar: “Que minha vida seja um constante nascer e renascer no Espírito”.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Saber adorar por exelência


por Padre Roberto Lettieri (Fundador da Fraternidade Toca de Assis que tem como principal carisma a adoração ao Santíssimo Sacramento e o acolhimento aos mais necessitados. Prega diversos encontros e retiros por todo o Brasil.)


O verbo se fez carne e habitou entre nós. Nós vimos a glória do Pai no Filho. A partir deste mistério, adoramos a Deus no seu Filho, Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. A Igreja católica adora por excelência o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Mas, de maneira especial, nós, católicos, adoramos o Filho no Santíssimo Sacramento.
Jesus, hoje, está presente em dois lugares: no céu e no Santíssimo Sacramento do altar. São os dois lugares únicos, onde o Senhor está em sangue, corpo, alma e divindade.Você também pode adorá-Lo em seu coração. Não só pode como deve. Ele habita em seu coração, você O comunga e Ele entra em você. Você consome o Senhor no momento em que você O comunga. Da mesma forma, você pode adorá-Lo no Espírito Santo, que está no meio de nós. E, por fim, pode adorá-Lo na Palavra de Deus. Mas a Igreja proclama que podemos adorar Jesus Cristo, por excelência, no Santíssimo Sacramento do altar. Contudo, infelizmente os católicos não sabem adorá-Lo dignamente no Santíssimo Sacramento do altar.

Adorar a Deus é o fundamento da essência do Universo. Todas as coisas foram criadas por Ele. E alguns anjos se tornaram demônios justamente porque não quiseram adorar ao Senhor. Por isso, o fundamento da adoração é a obediência. Quando você não sabe sofrer por causa de Jesus, significa que ainda não se tornou um autêntico adorador. Assim como quando você não sabe perder por Ele. É por esta razão que milhares de católicos não sabem ainda adorar a Deus. Quando você adora Jesus no Santíssimo Sacramento, você O adora exatamente como Ele está no céu. Você também pode adorá-Lo em sua alma, mas você só O adora por excelência na presença eucarística d’Ele. Em nenhum outro lugar, o Senhor está por excelência, a não ser no céu e nos sacrários.

Quem O adora, sabe comungar. Por outro lado, quem não O adora, não sabe comungar. No sacrifício de Cristo, – na celebração da santa Missa –, você pode ter um encontro pessoal por excelência com Cristo. A santa Missa se prolonga nos sacrários e nas capelas na presença eucarística de Jesus Cristo. Quando você O adora, pode ter a certeza de que Ele está dando vida por você. Adorar é um ato de gratidão a Jesus Cristo! Adorar não é louvar. Adorar é a excelência do seu amor a Deus. É a sua correspondência de amor a Cristo. Você O adora para dar a vida por Ele, para ser grato ao sacrifício d’Ele. Por isso, quando você entrar em uma capela ou em uma igreja, ao olhar o sacrário, dobre seus joelhos para dizer com o corpo inteiro: “Eu adoro o meu Senhor!” A santa Missa é o fundamento de tudo. È a ação de graças do Filho ao Pai, é sacrifício de amor. O fundamento é: o Filho amou o Pai de tal maneira que deu a sua vida em sacrifício. Quando entrar em uma igreja ou comungar o Corpo de Cristo, encha o seu coração de gratidão!
O adorador é arrastado por Deus. É ser “aniquilado” por Deus. È ser consumido por Deus! È uma felicidade contrária a do mundo, pois Deus vai consumindo a sua vida com um fogo ardente, por dentro do coração. Por isso, o adorador não vive sem adorar! O adorador vive do Adorado!

A santa Missa tem um momento espetacular, momento este que não a resume. Pois você não pode ir a uma celebração Eucarística somente para ver a transubstanciação. Você deve ir para dar a vida. É nesse momento que o sacerdote pode buscar no altar o Corpo de Cristo para oferecê-Lo ao sacrifício supremo: a adoração sublime do Filho ao Pai. O corpo e o sangue oferecidos, tornam-se alimento. O Pai poderia consumir o Filho, como se fazia no Antigo Testamento, mas Ele faz o sacerdote descer do altar para oferecê-Lo [Filho} em alimento para o seu povo. Não é pão e vinho,.é o corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo. Na consagração, a criatura se torna Criador. O pão e ovinho se tornam corpo, sangue, alma e divindade de Cristo Esse momento maravilhoso se prolonga na adoração em cada sacrário da face terra.
A partir de hoje, o mundo tem a possibilidade de adorar a Deus em qualquer momento, na Comunidade Canção Nova. Adoraremos continuamente a Cristo, para que em ato de reparação, em qualquer momento do dia ou da noite, Ele esteja sendo adorado. Você vai à capela, não para oferecer a Deus um ato de devoção. O Senhor não deve ser “devotado”, mas sim, adorado. Na capela, você vai adorá-Lo. Você não vai lá para fazer novena, ou rezar o terço, você vai à capela para adorar a Deus, e é isso que você deve fazer lá.

O adorador sabe comungar, porque sabe que a santa Missa é a fonte de tudo. Ele a tem como sustento da sua vida. A adoração apressa o fim da apostasia para que esta seja derrotada, e quanto mais adoramos a Jesus Cristo, tanto mais o mistério da iniqüidade vai nos atacar.

O adorador quer Deus. Ele nunca se sente saciado, ele busca o Senhor, tem desejo de adorá- Lo. Adoração exige gesto. Eu adoro a Deus com meu corpo. Então, eu devo me prostrar diante d’Ele.

Adorar é obedecer. Adorar é consumir. O adorador não partilha as suas tristezas com qualquer um, ele as partilha com seu Deus. Ele sabe chorar com seu Deus. Ele tem seu coração no alto, o coração dele está em Deus. Adorar a Deus é servi-Lo. Adorar a Deus é se consumir de amor por Ele. Essa é a alegria do adorador.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Espírito Santo no seio da Santíssima Trindade

por Reinaldo Beserra dos Reis


Deus é só um, mas em três modos de ser, de existir. Da única essência, da única natureza divina, participam três pessoas divinas. Estas pessoas são absolutamente iguais quanto à natureza, à essência, quanto à onipotência e à santidade, mas são distintas, pois que uma não é igual a outra, e inclusive se manifestam conjuntamente a nos (no batismo de Jesus, por exemplo). “Aquele que é o Pai não o Filho, e Aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho.” (Concílio de Toledo, 675, DS). Além disso, podemos falar apropriadamente de diferentes missões divinas (processões): uma é a missão do Filho e outra é a missão do Espírito Santo – ainda que, sempre quando age, Deus age trinitariamente.

A isto chamamos de mistério da Santíssima Trindade. E mistério e sempre mistério; se o compreendêssemos em totalidade, não seria mistério. Mas, às vezes dá-se-nos a impressão de que alguns mistérios são mais “misteriosos” que outros. Este da Santíssima Trindade, por exemplo. Realmente, não é nada fácil dentro da nossa lógica humana, aceitar, sem uma certa inquietude, a realidade de três pessoas num só Deus.

As três pessoas divinas, por si, já são um mistério. Das três, porém, a mais “misteriosa” é, por assim dizer, a pessoa do Espírito Santo. Porque Ele não tem um rosto (como o Cristo), não tem uma imagem (como a que fazemos do Pai), não tem um “sinônimo” a que possamos nos agarrar.

De fato, o Espírito veio até nós de modo misterioso, sutil, “interior”. E não há nenhum mal em termos mais dificuldades em entendê-Lo. O que não podemos permitir é que, diante desta maior dificuldade em compreendê-Lo, acabemos por rejeitá-Lo a um segundo plano em nossa espiritualidade, deixando-O “de lado” nas nossas orações, nem nossa devoção, em nosso relacionamento com a Trindade.

Só ousamos falar desse mistério – coisa que jamais descobriríamos por nós mesmos – porque Deus tomou a iniciativa em revelá-lo a nós, e, pacientemente, através dos séculos, foi gradativamente partilhando conosco a Sua própria vida íntima e misteriosa. E se Deus se revelou em três pessoas, é porque é da vontade dele que nós O conhecemos e O amemos em suas três maneiras de ser. Pois quanto mais O conhecermos, mais O amaremos e compreenderemos Seu plano amoroso e suas intenções em nossas vidas.

(BESERRA DOS REIS, Reinaldo. Celebrando Pentecostes: fundamentação e novena. Editora RCC BRASIL. Porto Alegre-RS)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A coisa mais importante da vida?


por Marcio Mendes


Descobri muito cedo que a coisa mais importante da vida é o amor… e que tudo o que as pessoas desejam é alguém que as ame de uma maneira forte e constante. Com aquele tipo de carinho que dispensa palavras. Que não fica criticando o tempo todo, mas que é um braço estendido na hora em que a gente mais precisa. Encontrar alguém que ama assim é uma alegria e põe a gente feliz, sorrindo pra vida. Há pessoas que têm o dom de levar a beleza por onde elas passam… parece que carregam na boca um pedaço de céu e os seus rostos têm a clareza e o frescor de uma manhã de sol. São frascos de perfume que mesmo quebrados exalam a mais encantadora fragrância: o amor.

Acho bonito quando os sábios dizem que é pela inteligência e o caráter que a pessoa resplandece as qualidades que tem. Só não consigo concordar inteiramente. Não por oposição mas por insuficiência. Porque o caráter e a inteligência podem impressionar, mas é o amor que damos a alguém que nos faz brilhantes e inesquecíveis em sua vida.Não basta ser inteligente… ter caráter não chega; é preciso amar. Porque o amor torna as pessoas indispensáveis. Se eu amo, eu preciso de você… e isso me faz melhor. Se eu amo, passo a gostar mais da sua voz do que da minha… então, calo para você falar, e ao escutar estarei amando. Por isso, se você quiser acender um sorriso, iluminar um coração ou acordar a esperança em alguém, precisa lembrar de uma coisa: as pessoas se alegram com sua inteligência, apreciam o seu caráter, mas precisam de seu amor. O amor tem o poder de transformar todas as coisas e destrancar todas as portas. Só ele faz luzir nossos talentos e resplandecer quem a gente é.

Então, se você calar, cale com amor; se gritar, grite com amor; se corrigir alguém, corrija com amor; se perdoar, perdoe com amor. Se você tiver o amor enraizado em você, diz um antigo profeta, nenhuma coisa senão o amor serão os seus frutos… e todos se aproximarão. E, aos que perguntarem porque nessa ou naquela circunstância agimos assim, como será gostoso responder: É que o amor luzia em mim!


Prefiro me apresentar a partir dos valores em que acredito do que das coisas que faço. Tenho tentado pautar minha vida no amor e isso, certamente fala de quem eu sou mais do que qualquer outra coisa.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eterna é a misericórdia do Senhor!


por Comunidade Shalom


Durante o Ano Jubilar, o Santo Padre o Papa João Paulo II dedicou o segundo domingo da páscoa à Misericórdia Divina, na ocasião, celebrou também a canonização de Irmã Faustina. Este ano, a festa aconteceu no dia 22 de abril e aqui transcrevemos a homilia proferida na Celebração Eucarística.

"Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último e o Vivente. Eu estava morto, mas agora vivo para sempre" (Ap 1,17-18). Estas consoladoras palavras do livro do Apocalipse nos convidam a voltar o olhar para Cristo, para experimentar a sua segura presença. A cada um, em qualquer condição em que se encontre, talvez mesmo na mais complexa e dramática, o Ressuscitado repete: "Não temas!"; morri na cruz, mas agora "vivo para sempre"; "Eu sou o Primeiro e o Último e o Vivente".

"O Primeiro", a nascente, isto é, de cada ser é a primícia da nova criação; "O Último", o termo definitivo da história; "O Vivente", a fonte inexaurível da Vida que venceu a morte para sempre. No Messias crucificado e ressuscitado reconhecemos os traços do Cordeiro imolado no Gólgota, que implora o perdão para os seus algozes e abre para os pecadores arrependidos as portas do céu; descobrimos o rosto do Rei imortal que tem "poder sobre a morte e sobre os infernos" (Ap 1,18).

"Celebrai ao Senhor porque é bom, porque eterna é a sua misericórdia" (Sl 117,1). Façamos nossa a exclamação do salmista: eterna é a misericórdia do Senhor! Para compreender profundamente a verdade destas palavras, deixemo-nos conduzir pela liturgia ao coração do evento da salvação, que une a morte e a ressurreição de Cristo à nossa existência e à história do mundo. Este prodígio de misericórdia mudou radicalmente a sorte da humanidade. É um prodígio no qual se explica em plenitude o amor do Pai que, para a nossa redenção, não volta atrás nem mesmo diante do sacrifício do seu Filho unigênito.

No Cristo humilhado e sofredor, crentes e não crentes podem contemplar uma solidariedade surpreendente, que o une à nossa condição humana muito além de nossa imagináveis medidas. A Cruz, também depois da ressurreição do Filho de Deus, "fala e não cessa jamais de falar de Deus Pai, que é absolutamente fiel ao seu eterno amor para com o homem... Crer em tal amor significa crer na misericórdia" (Dives in Misericordia, 7).

Queremos render graças ao Senhor por seu amor, que é mais forte que a morte e o pecado. Esse amor se revela e se atua como misericórdia na nossa cotidiana existência e solicita cada homem a ter à sua volta "misericórdia" para com o Crucificado. Não é, portanto, amar a Deus e ao próximo, até os "inimigos", segundo o exemplo de Jesus, o programa de vida de todo batizado e da Igreja inteira?

Com estes sentimentos, celebramos o segundo domingo de Páscoa, que desde o ano passado, ano do Grande Jubileu, é chamado também de "Domingo da Misericórdia Divina". Para mim, é uma grande alegria poder unir-me a todos vocês, queridos peregrinos e devotos vindos de várias nações para comemorar o primeiro ano da canonização de Irmã Faustina Kowalska, testemunha e mensageira do amor misericordioso do Senhor. A elevação às honras dos altares desta humilde religiosa, filha de minha terra, não representa um dom apenas para a Polônia, mas para toda a humanidade.

A mensagem, de fato, da qual foi portadora constitui a resposta adequada e incisiva que Deus desejou oferecer às perguntas e procuras dos homens deste nosso tempo, marcado por tantas tragédias. A Irmã Faustina de Jesus disse um dia: "A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança à misericórdia divina" (Diário, p. 132). A Divina Misericórdia! Eis o dom pascal que a Igreja recebe do Cristo ressuscitado e que oferece à humanidade, no alvorecer do terceiro milênio...

O Evangelho de João nos mostra o Mestre que transmite aos discípulos temerosos e estupefatos a missão de ser ministros da divina Misericórdia. Ele mostra as mãos e o lado com os sinais da paixão e comunica-lhes: "Como o Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo 20,21). Imediatamente depois "soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo; a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados e a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20,22-23). Jesus confia a eles o dom de "perdoar os pecados", dom que brota das feridas das suas mãos, dos seus pés e sobretudo do seu lado traspassado. De lá uma onda de misericórdia é lançada sobre a humanidade inteira.

Revivemos esse momento com grande intensidade espiritual. Também a nós hoje o Senhor mostra as suas chagas gloriosas e o seu coração, fonte incessante de luz e de verdade, de amor e de perdão.

O Coração de Cristo! O seu "Sagrado Coração" deu tudo aos homens: a redenção, a salvação, a santificação. Deste Coração superabundante de ternura Santa Faustina Kowalska viu desprender-se dois fachos de luz que iluminavam o mundo. "Os dois raios - conforme Jesus a confidenciou - representam o sangue e a água" (Diário, p. 132). O sangue relembra o sacrifício do Gólgota e o mistério da Eucaristia; a água, segundo a rica simbologia do evangelista João, faz pensar no batismo e no dom do Espírito Santo (cf. Jo 3,5; 4,14).

Através do mistério deste coração ferido, não cessa de expandir-se também sobre os homens e as mulheres da nossa época o fluxo restaurador do amor misericordioso de Deus. Quem deseja a felicidade autêntica e duradoura, somente aqui pode encontrar o segredo.

"Jesus, confio em ti". Esta oração, querida a tantos devotos, bem exprime o modo como queremos abandonar-nos confiantes nas tuas mãos, ó Senhor, nosso único salvador.

Tu ardes de desejo de seres amado, e quem se sintoniza com os sentimentos do teu coração aprende a ser construtor da nova civilização do amor. Um simples ato de abandono é suficiente para fazer ruir as barreiras do escuro e da tristeza, da dúvida e do desespero. Os raios da tua divina misericórdia transmitem esperança, de modo especial a quem se sente esmagado pelo peso do pecado.

Maria, Mãe de Misericórdia, faça com que mantenhamos sempre viva esta confiança no teu Filho, nosso Redentor. Ajude-nos também tu, Santa Faustina, que hoje recordamos com particular afeto. Junto a ti queremos repetir, fixando o nosso fraco olhar sobre o rosto do divino Salvador: "Jesus, confio em ti". Hoje e sempre. Amém.

domingo, 9 de maio de 2010

O Espírito Santo na vida do cristão

por Papa João Paulo II


No Cenáculo, na última noite de sua vida terrena, Jesus promete cinco vezes o Dom do Espírito Santo (cf. Jo 14, 16-17; 14, 26; 15, 26-27; 16, 7-11; 16, 12-15). No mesmo lugar, na tarde de Páscoa, o Ressuscitado se apresenta aos apóstolos e infunde o Espírito prometido, com o gesto simbólico do hálito e com as palavras: “Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20, 22). Cinqüenta dias depois, outra vez no Cenáculo, o Espírito Santo irrompe com sua potência transformando os corações e a vida dos primeiros testemunhas do Evangelho.

Desde então, toda a história da Igreja, em suas dinâmicas mais profundas, está impregnada pela presença da ação do Espírito, “entregue sem medida” aos que crêem em Cristo (cf. Jo 3, 34). O encontro com Cristo comporta o dom do Espírito Santo que, como dizia o grande padre da igreja, Basílio, “se difunde em todos sem que experimente diminuição alguma, está presente em cada um dos que são capazes de recebê-lo como se fossem os únicos, e em todos difunde a graça suficiente e completa” (“De Spiritu Sancto”, IX, 22). Desde os primeiros instantes de vida cristã.

O apóstolo Paulo, na passagem da Carta aos Gálatas que acabamos de escutar (cf. 5, 16-18. 22-25), delineia “o fruto do Espírito” (5, 22) fazendo a lista de una gama de virtudes que faz florescer na existência do fiel. O Espírito Santo se encontra na raiz da experiência de fé. De fato, no Batismo, nos convertemos em filhos de Deus graças precisamente ao Espírito: “A prova de que sois filhos é que Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai!” (Gl 4, 6).
No próprio manancial da existência cristã, quando nascemos como criaturas novas, encontra-se o sopro do Espírito, que nos faz filhos no Filho e nos faz “caminhar” pelos caminhos de justiça e salvação (cf. Gl 5, 16).

O Espírito na prova

Toda a aventura do cristão terá que desenvolver-se, portanto, sob a influência do Espírito. Quando Ele nos volta a apresentar a Palavra de Cristo, resplandece em nosso interior a luz da verdade, como tinha prometido Jesus: “o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse” (João 14, 26; cf. 16,12-15).
O Espírito está junto de nós no momento da prova, convertendo-se em nosso defensor e apoio: “Quando vos entregares, não vos preocupeis de como ou o que deveis falar. O que tendes que falar vos será comunicado naquele momento. Porque não sereis vós que falareis, mas o Espírito de vosso Pai que falará em vós” (Mt 10, 19-20). O Espírito se encontra nas raízes da liberdade cristã, que liberta do jugo do pecado. O diz claramente o apóstolo Paulo: “A lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus te libertou a lei do pecado e da morte” (Romanos 8, 2). A vida moral -como nos lembra São Paulo-pelo fato de ser irradiada pelo Espírito produz frutos de “amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio de si” (Gálatas 5, 22).

O Espírito e a comunidade

O Espírito anima a toda a comunidade dos fiéis em Cristo. Esse mesmo apóstolo celebra através da imagem do corpo a multiplicidade e a riqueza, assim como a unidade da Igreja, como obra do Espírito Santo. Por um lado, Paulo faz uma lista da variedade de carismas, quer dizer, dos dons particulares oferecidos aos membros da Igreja (cf. 1Cor 12, 1-10); por outro, confirma que “todas estas coisas são obra de um mesmo e único Espírito, distribuindo-as a cada um em particular segundo sua vontade” (1Cor 12, 11). De fato, “em um só Espírito fomos todos batizados, para não formar mais que um corpo, judeus e gregos, escravos e livres. E todos bebemos de um só Espírito” (1Cor 12, 13). O Espírito e nosso destino. Por último, devemos ao Espírito o poder alcançar nosso destino de glória. São Paulo utiliza neste sentido a imagem do “selo” e o “penhor”: “fostes selados com o Espírito Santo da Promessa, que é penhor de nossa herança, para redenção do Povo de sua possessão, para louvor de sua glória” (Ef 1, 13-14; cf. 2Cor 1, 22; 5,5). Em síntese: toda a vida do cristão, desde as origens até sua última meta, está sob a bandeira e a obra do Espírito Santo.

Mensagem do Jubileu

Gosto de lembrar, no transcurso deste ano jubilar, o que afirmava na encíclica dedicada ao Espírito Santo: “O grande Jubileu do ano dos mil contém, portanto, uma mensagem de libertação por obra do Espírito, que é o único que pode ajudar as pessoas e as comunidades a libertar-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a “lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus”, descobrindo e realizando a plena dimensão da verdadeira liberdade do homem. Com efeito –como escreve São Paulo– “onde está o Espírito do Senhor, ali está a liberdade”" (Dominum et vivificantem, n. 60). Ponhamo-nos, portanto, nas mãos da ação libertadora do Espírito, fazendo nossa a surpresa de Simeão o Novo Teólogo, que se dirige à terceira pessoa divina nestes termos”: “Vejo a beleza de tua graça, contemplo seu fulgor e o reflexo de sua luz; me arrebata seu esplendor indescritível; sou empurrado fora de mim enquanto penso em mim mesmo; vejo como era e o que sou agora. Ó prodígio! Estou atento, cheio de respeito para mim mesmo, de reverência e de temor, como se estivesse diante de ti; não sei o que fazer porque a timidez me domina; não sei onde sentar-me, aonde aproximar-me, onde reclinar estes membros que são teus; em que obras ocupar estas surpreendentes maravilhas divinas” (Hinos II, 19-27; cf. Exortação apostólica pós-sinodal “Vita consecrata”, n. 20).

sábado, 8 de maio de 2010

JESUS, SENHOR: PELO ESPÍRITO!

por Reinaldo Beserra dos Reis (coordenador estadual RCC/SP)


Deus é Senhor: assim o proclamam as Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse. O Espírito Santo é “Senhor, e dá a vida”: assim professa nele a Igreja sua fé, no Símbolo chamado Niceno-Constantinopolitano. Mas esse atributo que é próprio da essência divina única (comum às três pessoas divinas, pois…), quis Deus que, de modo pessoal, fosse reconhecido na figura do Cristo, Salvador e Redentor. O sonho eterno do Pai era conduzir toda a criação ao reconhecimento do Filho, pelo Espírito, como Senhor de tudo e de todos: “Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos – desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra…” Para isso,“ fomos selados com o Espírito que fora prometido…” ( cf. Ef 1, 3-14).

Proclamar Jesus como Senhor – isto é, colocar Jesus no Centro de tudo –, é uma importantíssima e fundamental doutrina bíblica. Não se trata de um slogan usado por alguns irmãos Evangélicos, Pentecostais, mas de uma profunda verdade de fé que precisa ser tomada em conta em todo e qualquer programa de evangelização.

Após a vinda do Espírito em Pentecostes (onde Ele nos é apresentado como o Dom de Deus, em cumprimento de Suas promessas), a primeira coisa que Pedro e os apóstolos fazem (depois de responder a algumas pequenas questões dos presentes), é ir direto ao ponto da nova realidade que se abre à humanidade. E o ponto é Jesus Cristo, no centro. É Jesus Cristo como Senhor. Na força do Espírito – conforme a promessa – , o simples, medroso e inculto Pedro ousadamente proclama esta novidade que deveria ser a base da doutrina do Ressuscitado: “…Israelitas, ouvi estas palavras…Vós matastes a Jesus de Nazaré… A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis… Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo.” (cf. At 2, 22-36).

Também hoje, nesses tempos privilegiados do Espírito (cf. EN, 75), se quisermos reevangelizar nosso secularizado, aético, pragmático, e cada vez mais anti-evangélico mundo moderno, precisamos, aproveitando dessa nova e vivificante vinda do Espírito sobre a Igreja, colocar Jesus no centro, pois o fruto da experiência da efusão copiosa do Espírito como vem ocorrendo no último século precisa servir ao propósito de Deus na renovação, na restauração da soberania de Jesus Cristo na vida das pessoas, e através delas na Igreja, nas igrejas, e na sociedade…No poder do Espírito, convidar as pessoas a destronar o ego e entrar num relacionamento pessoal com Jesus, como Senhor e Salvador.

Diz Raniero Cantalanessa: “ O Espírito coloca na boca do pregador as palavras: ‘Jesus é o Senhor!’, e eis a evangelização…” Sim, porque, somente quando esse Jesus – Senhor de tudo e de todos, por direito e por conquista – é assumido como meu Senhor, posso constatar que “conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber, e que tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas…”, cf. Doc. Aparecida, 29. Talvez, ao evangelizarmos, estejamos enfatizando exageradamente nossas heranças doutrinárias, nossas leis canônicas, os aspectos institucionais de nossa Igreja, as liturgias, devoções e espiritualidades, e negligenciando verdades essenciais da fé – como essa doutrina do senhorio de Jesus. Não nos damos conta que toda essa cultura sobre a pessoa e a Igreja de Jesus – por vezes – é carga demasiada pesada para quem não teve ainda um encontro pessoal com o Messias, como Senhor e Salvador. “…Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva.” (Doc. Aparecida, 12).

Toda a doutrina, liturgia, teologia, espiritualidades, são preciosidades de nossa fé. Mas, assim o serão se ocorrer em nossa vida o encontro com o Cristo, Senhor! Diz Paulo que, tudo aquilo que para ele eram vantagens (ver Fl 3, 4-11.17-20), ele considerou como perda, por Cristo. “Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor…”

Diz ainda o apóstolo que reconhecer a Jesus como Senhor, é coisa que só podemos fazer sob a ação do Espírito Santo (cf. I Cor 12,3). Isso porque, essa profissão (aliás, a mais antiga profissão de fé usada na Igreja primitiva), não era apenas uma fórmula que qualquer um podia pronunciar. Continha em si conseqüências, como o repúdio a quaisquer ídolos e a volta consciente a Deus. Diz Arnold Bittlinger, que, “quem diz: Jesus é o Senhor, precisa estar dizendo, ao mesmo tempo: Jesus é o meu Senhor ! Ou seja, a confissão de fé autêntica inclui uma entrega a Jesus!” (Não foi essa a profissão de fé de Tomé, quando fez a experiência do encontro pessoal com o Cristo ressuscitado, e disse: “Meu Senhor e meu Deus”, cf. Jo 20,28)?

Supõe reconhecer a Jesus de Nazaré – verbo encarnado, pessoa humano-divina – como Senhor absoluto de todas as coisas (inclusive do tempo, da história, do que é eterno). E isso não é coisa que a mente e o coração humanos conseguem alcançar senão com o operar e a ação coadjuvante do Espírito (cf. DV, 5), revelador da verdade (cf. Jo 16,13) e testemunha nomeada do Filho (cf. Jo 15,26)… Paulo chega a identificar essa confissão como uma condição para a salvação: “…Se, com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”(Rm 10,9). Porque Jesus conquistou o direito de ser nosso Senhor também assumido as nossas culpas, “morrendo por nossos pecados e ressuscitando para a nossa justificação” (Rm 4,25). Por esse aniquilamento, por sua obediência à vontade do Pai, por sua morte de cruz, “Deus lhe outorgou um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.” (cf. Ef 2,5-11).

Dizer que Jesus Cristo é o Senhor, é dizer que o Cordeiro de Deus, imolado, está de pé: venceu! É dizer que a morte, o sofrimento, a vida…tudo, tem sentido! Que a humanidade tem jeito, que o mal não tem a última palavra. É sentir-se convidado a viver uma vida que não acabará jamais. É concordar em ter a Deus por Pai, a ter o outro por irmão, a ser templo do Espírito Santo… É ser herdeiro da promessa, de graças incomensuráveis e imerecidas…É reconhecer, nele, o Sol que não conhece ocaso, e que sempre ressurge triunfante dentre as nuvens, das sombras, das brumas, das tempestades, dos temores…É olhar nos olhos de quem você ama e dizer: você não morrerá jamais, pois “por isto é que Cristo morreu e tornou à vida: para ser o Senhor tanto dos vivos como dos mortos.” (Rm 14,9). Aleluia! MARANATHA! O Senhor vem! MARANA THÁ! Vem, Senhor Jesus!!! (cf 1 Cor 16,23; Apc 22,20)…

sexta-feira, 7 de maio de 2010

SEDE DO DEUS VIVO


por Pe. Alírio José Pedrini scj



Todo ser humano tem sede de felicidade. Todo coração humano busca insistentemente satisfazer seus anseios íntimos de plenitude. A grande maioria lança-se pelos mais diversos caminhos na busca de algo que possa satisfazer. Busca nas riquezas, nos prazeres de toda sorte, no poder, na fama e nas glórias humanas. Todos esses ficam frustrados, pois o coração humano não pode se satisfazer com essas soluções. Só o amor pode fazer feliz, realizado e satisfeito o coração humano, pois foi criado “para” o amor. Ora, o amor absoluto, perfeito e plenificante que o pode satisfazer e deixar feliz é Deus, pois “Deus é amor”(1Jo 4,8.16). Só a posse de Deus pode fazer o coração feliz.
Ao encontrar o Deus vivo, ao mergulhar no maravilhoso oceano do seu mistério, do seu amor, do seu poder, da sua bondade e fidelidade, da sua misericórdia e salvação, o coração humano se satisfaz, sente-se pleno, realizado, feliz. Esta felicidade o leva a buscar ansiosamente um relacionamento pessoal, a construir uma amizade única com o seu Deus vivo. A amizade com Deus o impulsiona sempre mais a querer possui-lo, abrangê-lo, admirá-lo, envolver-se com ele, e a ele se render sem restrições e medidas. Esta “fascinação por Deus” se torna insaciável. Quanto mais o possui e é por ele possuído, tanto mais quer possuí-lo e ser possuído. Esse “crescendo” vai até à eternidade, pois só ali há a absoluta e definitiva “mútua posse”.
O autor do salvo 62 faz uma oração-declaração, profundamente reveladora do “crescendo” que ocorre com o coração que é possuído e que possui a Deus. Este salmo revela as emoções de felicidade diante da posse de Deus, e da possibilidade de intensificá-la mais e mais.
“Sois vós, ó Senhor, o meu Deus”! - O coração revela aqui, sutilmente, a alegria e a sorte de conhecer o Deus vivo e verdadeiro, e de possuí-lo como “seu” Deus.
“Desde a aurora ansioso vos busco! Penso em vós, no meu leito, de noite! Nas vigílias suspiro por vós”!- Deus gera tal satisfação e felicidade que o coração o procura insistentemente “desde a aurora”, desde o abrir os olhos na madrugada, antes de entregar-se ao sono, e até nas noites maldormidas. Porque anseia pela felicidade e encontrou a sua fonte, o coração é induzido a buscar a Deus e a querer estar com ele em todos os momentos.
“A minh’alma tem sede de vós! A minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água”! – Alma e carne, espírito e corpo, “tem sede e desejam” uma posse mais intensa, pois então será maior a felicidade, a satisfação, a plenitude, o repouso feliz em Deus.
“Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder”! O templo é o lugar privilegiado da presença do Deus-Amor, que faz o coração feliz. O templo mais próximo, mais revelador da presença divina é o próprio coração amante de Deus, empolgado com Deus. Revela São Paulo: “Não sabeis que sois templos de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós”? O coração amante de Deus sempre o procura para contempla-lo, para admirá-lo, para descobrir nele, progressivamente, seus atributos, suas belezas divinas, sua grandeza e poder.
“Vosso amor vale mais do que a vida, e por isso meus lábios vos louvam. Quero, pois, vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos”! Ao contemplar o Deus vivo e amado, o coração descobre que “ele é amor”, e que esse amor é dom preciosíssimo, que “vale mais do que o próprio viver”. Diante dessa descoberta, o coração não pode calar, não consegue silenciar. “Abre os lábios” e “eleva as mãos” para adorar, louvar, engrandecer, exaltar e render-se a Deus.
“A minh’alma será saciada como em grande banquete de festa! Cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós o meu louvor”! Ao contemplar, louvar, possuir e ser possuído por Deus, o coração se satisfaz “no banquete do amor”, e sente a plenitude que tanto anseia. Nesta “festa do coração”, a alegria intensa faz jorrar o louvor ao Deus vivo.
Só o amor “do e pelo” Deus vivo pode satisfazer o coração humano, pode gerar a verdadeira e duradoura felicidade tão ansiada por ele. Todos queremos e buscamos a felicidade. Eis onde ela se encontra: na amizade profunda com o Deus vivo, uno e trino, cultivada com perseverança e fidelidade, por meio de toda forma de relacionamentos religiosos, espirituais e místicos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Enchei-vos do Espírito


por Luiz Cesar Martins
Coordenador Estadual da RCC/PR


A epístola aos Efésios contém um mandamento muito claro de Deus para nós: Enchei-vos do Espírito (Ef 5,18b).

Em uma sociedade onde se percebe uma tendência ao relativismo e ao individualismo e onde somos sitiados por uma estrutura montada para nos manterem espiritualmente vazios, mais do que nunca se faz necessário atender a este mandamento: “Enchei-vos do Espírito”. Esta é a vontade de Deus para nós! E apesar de muitos não saberem o que significa uma vida cheia do Espírito Santo, devemos entender que este é o único meio para nos manter fiéis à vontade de Deus e para alcançarmos a verdadeira felicidade.

São Paulo nos exorta na epístola aos Efésios 5,18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. A forma reflexiva do verbo “enchei-vos” indica que devemos tomar a iniciativa, que devemos dar o primeiro passo. Existe uma diferença entre ser templo do Espírito Santo e tê-lo operando com toda a sua plenitude em nós e através de nós. Não basta apenas saber que somos templos de Espírito Santo, mas é fundamental que através de nossas iniciativas busquemos meios para viver uma vida conduzida pelo Espírito Santo e voltada a fazer a vontade de Deus.

Quando nos disciplinamos a prática da oração pessoal, da leitura orante da Palavra de Deus e da freqüência aos Sacramentos, sobretudo da Penitencia e da Eucaristia, estamos respondendo positivamente a esta ordem de Deus e seguramente seremos conduzidos pelo Espírito Santo.

A oração pessoal é uma maravilhosa forma de nos deixar conduzir pelo Espírito Santo, sendo indispensável a todos nós e principalmente para aqueles que exercem algum tipo de liderança cristã na Igreja.

Deixemo-nos então conduzir pelo Espírito, pois é desta maneira que o Senhor encontrará as condições para nos usar na construção do seu Reino e na execução do Projeto de Salvação que o Ele mesmo tem para todos os seus filhos e filhas.

É o Espírito Santo que nos convence que precisamos cultivar a virtude da obediência e da humildade, porque a desobediência e o orgulho não provêem de Deus e nos tornam cegos, nos impedindo de perceber a vontade de Deus para a nossa vida.

É o Espírito Santo que produz em nosso interior o desejo de nos doar inteiramente aos irmãos sem buscar interesses pessoais e sem segundas intenções, gerando em nossos corações o amor altruísta. Certamente, não pode haver um exemplo mais definitivo de amor, de alguém desistindo de seus próprios direitos pelo bem do outro. Este exemplo é suficientemente forte para fazer com que seja despertado em muitos corações o desejo sincero de conversão.

A sociedade em que vivemos precisa destas testemunhas, de pessoas que vão além do discurso mostrando com suas atitudes os valores evangélicos, isso é semear a Cultura de Pentecostes, isso é viver conduzido pelo Espírito.

Eu preciso ser cheio do Espírito Santo. Você precisa ser cheio do Espírito Santo. Por isso ENCHEI-VOS do Espírito Santo.

Desta forma, o nosso testemunho fará a diferença na vida das pessoas, e elas nunca mais serão as mesmas.

Aleluia! Meus irmãos, a Palavra de Deus nos diz como escrevemos acima, “Enchei-vos do Espírito”.
Que sejamos assim nós também, com a unção de Deus que está em nós, sejamos portadores de Cristo para as pessoas e, assim, as ajudaremos a encontrarem forças para continuarem sua caminhada cheia da alegria do Espírito Santo.

Glória a Deus!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O senhorio de Jesus no sofrimento


por Onazir Conceição (membro da Comissão Administrativa da RCC Brasil)


A Sagrada Escritura é um livro que retrata bastante o sofrimento.

Racionalmente não concebemos a ideia de sofrer moral ou fisicamente, no Evangelho vemos a figura de Pedro, que se amedronta com a ideia do sofrimento. Esse mesmo Pedro, que recebeu elogios de Jesus, negou o sofrimento.

O Evangelho diz que o Senhor iria sofrer, iria passar pelo Calvário. E Pedro diz: “Não, Senhor”, mas Jesus exorta os discípulos e a nós também hoje: “Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me» (Lucas 9, 23).

Na tribulações, no sofrimento, nas lágrimas, eu me submeto a Deus. Olhando para minha trajetória de cruz, olho também para tantos irmãos que sofrem. O sofrimento passa a ser sofrimento salvífico quando sabemos tirar proveito dele: não adianta sofrermos murmurando ou cheios de autopiedade, não adianta sofrer por sofrer. Para nós cristãos o sofrimento é alimento para nossa espiritualidade.

Não queremos trazer a recompensa, que só teremos no céu, a nossa doutrina é pascal, ou seja, passa pela dor para chegar à ressurreição. O Catecismo da Igreja da Católica diz que o caminho da perfeição passa pela cruz. Mesmo no sofrimento precisamos caminhar, porque não há uma escada melhor para o céu do que a cruz. O nosso sofrimento se traduz na cruz, o caminho de perfeição passa pela cruz.

Engana-se aquele que entra para a caminhada e se diz assumir o senhorio de Jesus querendo viver só nas delícias e nas consolações de Deus!

Eu vi uma matéria que dizia: “Procura-se voluntários para ir a um lugar perigoso, com volta indeterminada”; no outro dia apareceram milhares de pessoas interessadas. E hoje é Jesus quem nos convoca: “Tome a sua cruz e siga-me!”.

Ser cristão é ser imitador do Cristo. Não podemos viver da compensação. Sei que haverá dias de lutas, de pedras, de cruz, mas acredito na glória de Deus!

São Paulo era um apóstolo e dizia aos fieis: “Sede os meus imitadores”. Será que também podemos dizer isso para as pessoas ao nosso lado? Sejam meus imitadores?

“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” > (Filipenses 3, 18-20).

Há um ano e dez dias, eu e minha esposa entramos na UTI para liberar o corpo da nossa filha, que em 6 dias adoeceu e morreu. Meu consolo está na ressurreição! Consola-me saber que a cruz não entra no céu; lá não teremos cruzes.

Não podemos temer a perseguição nem o sofrimento, espelhemo-nos nos antigos. Vivamos do sobrenatural! São Paulo afirma que não devemos dizer que Jesus Cristo é o Nosso Senhor sem a graça do Espírito Santo. Peçamos a graça de sofrermos em Deus.

Com todos os sofrimentos pelos quais passei, sentia Deus me dizendo: “Não pare a missão”, e eu continuei e muitas pessoas acham que isso é uma loucura e perguntam onde é que encontro forças para isso, e eu respondo a elas: Aos pés de Jesus Cristo!

Eu dava muitas coisas para minha filha Talita quando voltava da missão, e dava-lhe muitos abraços e beijos. E peço forças a Deus para continuar minha missão. Há pessoas esperando de nossa parte um verdadeiro testemunho, não podemos desistir! Por isso, tenho me acostumado a trazer aos pés de Cristo minhas dores. O sofrimento é construtivo no ser humano; mas isso não significa que tenhamos de ficar pedindo enfermidades ao Senhor. Mas quando elas vêm, elas nos ajudam e nos experimentam de certa forma.

Você que está sofrendo olhe para o Crucificado! Ele é nosso Modelo, Ele é a nossa luz, foi na cruz que Ele derrotou o diabo! Coloque seu sofrimento na cruz de Jesus Cristo. Eu sei que você tem seus sofrimentos, coloque-os na cruz de Cristo. Seu sofrimento é uma doença? É um sofrimento moral? Saudade? Angústia? O que faz você sofrer? Olhe para a cruz! Nós seguimos sabendo que triunfamos pela cruz, sabemos que sofremos, mas há esperança para nós. Não podemos de forma alguma fugir da cruz. Nesta caminhada tenho visto muitas pessoas que sofrem e já que todos nós sofremos, então, vamos sofrer unidos!

É para nós que Jesus procurava olhar ao subir na cruz: para mim e para você! De forma que nós nos beneficiássemos desse sacrifício. Entregue seus sofrimentos ao Senhor e creia que foi por você que Ele foi até a cruz!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Poder de Deus e Força dos corações


por Marcio Mendes


O Espírito Santo é a força do alto que toma nos braços o homem sem entusiasmo, sem coragem, e o leva a agir. Ele é a força dos fracos, a força de quem não tem força. É Deus que vem ao encontro da pessoa que já não tinha planos nem projetos para o futuro, apenas sonhos frustrados, e inverte a situação. Levanta a pessoa, e a faz agir. Antes, ela desistia de antemão, não acreditava em si mesma, e a vida a arrastava, mas agora, tudo mudou - é a experiência de um nascer de novo.

Quando Jesus falava de nascer de novo e de uma vida nova, fazia questão de enfatizar que ela não poderia ser vivida sem um coração novo. E essa mudança é notável. As pessoas percebem quando alguém foi renovado em seu coração, porque a sua maneira de ver a vida muda, seus pensamentos, seus valores, seus critérios todos mudam. Pois, foi-lhe dada uma nova capacidade para amar e uma liberdade sem medidas. Essa liberdade surge da força que estava guardada no fundo do coração da pessoa desde o dia de seu batismo.

Essa também foi a minha experiência. Na minha família, somos todos muito tímidos, e sempre tivemos grande receio de falar
em público. As pessoas que antes me conheciam se admiravam quando me viam à frente de um grupo a testemunhar a minha experiência com Deus. Quanto mais me conheciam mais admirados ficavam. Também eu estava impressionado pelo que se passava comigo. Só que, eu não conseguia resistir; sentia-me “impulsionado sem cessar pelo Espírito de Deus”(GS 41,1), sentia-me impelido, empurrado a falar publicamente o que Jesus estava realizando em minha vida. É obra do Espírito fazer-nos passar de simples ouvintes a testemunhas da Palavra de Deus e, para mim, não restava dúvida de que era Ele quem agia. Eu havia passado a vida inteira calado, sem me expressar diante das pessoas, e agora, em poucas semanas, uma coragem me invadia para proclamar o evangelho abertamente aonde quer que eu fosse, sem nenhum medo nem vergonha.

Mas o Espírito Santo não confere apenas coragem e força, Ele simplesmente abastece todo o coração em suas aspirações mais profundas. É uma experiência de amor que faz a gente amar - que faz a gente entender que há mais alegria em dar do que em receber. Santo Afonso dizia que “quando o amor de Deus se apossa totalmente de alguém - essa mesma pessoa ajudada pela graça - procura por si mesma desfazer-se de todas as coisas que lhe dificultam ser inteiramente de Deus”. A pessoa, então, conhece a Deus e pode, por isso, dizer: “Meus ouvidos tinham escutado falar de ti, mas agora meus olhos te viram” (Jó 42, 5). Jesus se torna o centro de sua vida, porque ela mesma o experimentou e não porque lhe disseram.

domingo, 2 de maio de 2010

Operários da Messe

por Mons. Jonas Abib


Jesus aproximou-se de todas as pessoas das aldeias de Jerusalém, tocando-as e compadecendo-se delas. O povo estava abatido e cansado, como ovelhas sem pastor. Nos tempos de Jesus, todos sabiam muito bem o que era uma ovelha sem pastor. Elas precisam continuamente de cuidados de alguém, porque não têm noção do perigo. Não sabem escolher o próprio alimento, e, muitas vezes, perdem a cria, ficam magras e sarnentas. Jesus compara aquele povo às ovelhas, mas nós podemos comparar também às pessoas de hoje, porque o nosso povo também está como ovelhas sem pastor, perdido, machucado, despreparado, doente afetivamente e desorientado.

Assim, acabam se arrastando pela vida. Nosso povo não sabe aonde ir e passa a procurar por centros espíritas, terreiros de macumba, pais-de-santo, sem saber que em tais lugares apenas vai se contaminar e se ferir ainda mais, e será atormentado por demônios, que somente se manifestam quando estão diante de um exorcista. Muitas vezes, as pessoas sentem-se atormentadas em seus pensamentos, idéias, imaginações, nos problemas que enfrentam, pois o demônio é como um bicho-de-pé que está lá, mas não se mostra.

Graças a Deus, quando surge um ministro de libertação, os demônios são obrigados a se manifestar, mas antes de irem embora, eles fazem o seu "show", para que as pessoas se sintam amedrontadas e com receio de buscar a cura novamente.

Deus dá o ministério de libertação a quem Ele quiser, e as pessoas que o recebem não devem ter medo, pois muitos precisam de cura. O Senhor, muito mais do que atacar e repreender os maus pastores, vem para tomar conta, para ter misericórdia de nossas misérias.

Jesus, hoje, também fala de messe e de trabalhador. Uma messe é um tipo de plantação, cuja colheita precisa ser feita na época adequada e depressa porque senão se perde. Jesus está falando de perda, mas não a perda de plantas e vegetais, mas de almas, de pessoas. Se perder uma plantação é um prejuízo, imagine perder os nossos entes queridos, como talvez nossos pais que não aceitam se converter e continuam "velhinhos transviados". Nós, pais, não queremos perder os nossos filhos, mas estamos correndo o risco de perdê-los.

Se com poucos funcionários não se consegue fazer a colheita de uma messe, significa que são necessários muitos deles para se colher toda a plantação. Hoje, muitos fazem parte dessa "messe", principalmente aqueles que procuram por seitas, terreiros de macumba e outros tipos de crenças. Nós somos "operários dessa messe" e precisamos ter a compaixão de Jesus, precisamos ter misericórdia e nos compadecer diante da situação desses jovens que se perdem nas drogas, na prostituição.

Infelizmente, não conseguimos ser "pastores das ovelhas" que estão em nossas casas, mas quando cuidamos das "ovelhas no quintal dos outros", Deus providencia alguém para cuidar das nossas. Quem nos capacita é o Senhor, mas temos de ousar.

Você que está em formação, agora: Este é o tempo de se preparar para ser um "funcionário" para trabalhar na sua "messe". Então, alegre-se e entusiasme-se, não tome posse do seu "cantinho", abra-se a todo tipo de trabalho, tudo na intenção de não perder ninguém desse rebanho.

Senhor, coloque em nós a Sua compaixão pelas "ovelhas sem pastor"! Coloque em nós ardor diante da "messe" que se perde. Faça de nós evangelizadores, salvadores de almas! Nós precisamos ser "bons pastores". Dê-nos, Senhor, a graça que queremos e de que precisamos. E daqui para frente, tendo a Sua misericórdia e esse ardor, que possamos nos entregar ao trabalho de evangelização. Senhor, faça-nos Seus operários. Amém.

sábado, 1 de maio de 2010

O mês de Nossa Senhora

"O mês de Maio estimula-nos a pensar e a falar d'Ela de um modo particular. Este é o seu mês. Assim, pois, o período do ano litúrgico [Páscoa], e o mês actual chamam e convidam os nossos corações a abrir-se de uma maneira singular a Maria."

(João Paulo II, Audiência Geral, 2-5-1979)

De uma maneira espontânea, natural, surge em nós o desejo de conviver com a Mãe de Deus, que é também nossa mãe; de conviver com Ela como se convive com uma pessoa viva, porque sobre Ela não triunfou a morte; está em corpo e alma junto a Deus Pai, junto a seu Filho, junto ao Espírito Santo.

Para compreendermos o papel que Maria desempenha na vida cristã, para nos sentirmos atraídos por Ela, para desejar a sua amável companhia com filial afecto, não são precisas grandes especulações, embora o mistério da Maternidade divina tenha uma riqueza de conteúdo sobre a qual nunca reflectiremos bastante.

A fé católica soube reconhecer em Maria um sinal privilegiado do amor de Deus. Deus chama-nos, já agora, seus amigos; a sua graça actua em nós, regenera-nos do pecado, dá-nos forças para que, entre as fraquezas próprias de quem é pó e miséria, possamos reflectir de algum modo o rosto de Cristo. Não somos apenas náufragos que Deus prometeu salvar; essa salvação já actua em nós. A nossa relação com Deus não é a de um cego que anseia pela luz mas que geme entre as angústias da obscuridade; é a de um filho que se sabe amado por seu Pai.

Dessa cordialidade, dessa confiança, dessa segurança, nos fala Maria. Por isso o seu nome vai tão direito aos nossos corações. A relação de cada um de nós com a nossa própria mãe pode servir-nos de modelo e de pauta para a nossa intimidade com a Senhora do Doce Nome, Maria. Temos de amar a Deus com o mesmo coração com que amamos os nossos pais, os nossos irmãos, os outros membros da nossa família, os nossos amigos ou amigas. Não temos outro coração. E com esse mesmo coração havemos de querer a Maria.

Como se comporta um filho ou uma filha normal com a sua Mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que se manifestará em cada caso de determinadas formas, nascidas da própria vida, e que nunca são algo de frio, mas costumes muito íntimos de família, pequenos pormenores diários que o filho precisa de ter com a sua mãe e de que a mãe sente falta, se o filho alguma vez os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair ou ao voltar a casa, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas...

Nas nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial, que são modelo do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos tornam seu o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar (não são precisas palavras; o pensamento basta) as imagens de Maria que há em qualquer lar cristão ou que adornam as ruas de tantas cidades; ou dão vida a essa oração maravilhosa que é o Terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os enamorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então habituam-se a dedicar à Senhora um dia da semana – precisamente este em que estamos reunidos: o sábado – oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais especialmente na sua maternidade.